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ENTENDA!

Fertilização in vitro: O que é procedimento feito por Brunna Gonçalves para engravidar

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Foto do rosto de Brunna Gonçalves

Brunna Gonçalves em foto publicada no Instagram; a influenciadora está grávida de primeiro filho

GABRIELA RODRIGUES

gaby@noticiasdatv.com

Publicado em 13/11/2024 - 10h00

Brunna Gonçalves revelou recentemente que espera seu primeiro filho com a cantora Ludmilla. A dançarina engravidou por meio do procedimento de fertilização in vitro, um tratamento de reprodução assistida no qual o óvulo e espermatozoide são fecundados em ambiente laboratorial. 

O Notícias da TV conversou com duas médicas especialistas no assunto para entender melhor como funciona o método usado por diversas mulheres que desejam se tornar mães de maneira diferente da tradicional.

A ginecologista e obstetra Graziela Canheo, especialista em reprodução humana, detalha como é o caminho feito pela paciente que passa pela fertilização in vitro até a certeza da gestação.

"Esse é um dos tratamentos de reprodução assistida que oferece aos pacientes uma maior chance de gestação por tentativa. O processo começa com a estimulação ovariana com medicações hormonais (gonadotrofinas), administradas por cerca de 10 a 12 dias. Quando os folículos ovarianos, que são as 'casinhas' dos óvulos, atingem o tamanho adequado, realiza-se a punção ovariana para a captação dos óvulos", explica.

No laboratório, os óvulos são fertilizados com espermatozoides para formar embriões, que, nessa fase, são apenas células. Após três a sete dias de desenvolvimento em laboratório, geralmente no quinto dia, com o embrião no estágio de blastocisto, pode ser realizada a transferência embrionária.

Segundo a especialista, a mulher deve esperar de 10 a 12 dias para realizar um teste de gravidez e verificar se o procedimento foi bem-sucedido. "Esse intervalo pode variar dependendo do estágio de desenvolvimento do embrião no momento da transferência", acrescenta. 

Todas as mulheres podem passar pela FIV?

Para a reportagem, a ginecologista Karina Tafner esclarece que existem alguns critérios que devem ser analisados para saber se a mulher está apta a passar pelo procedimento. 

"A fertilização in vitro é geralmente recomendada para mulheres ou casais que têm dificuldade em gestar por meios naturais, mas existem fatores importantes que os médicos consideram antes de indicar esse tratamento. A idade, por exemplo, é um fator crucial para o sucesso da FIV, pois a qualidade e a quantidade dos óvulos diminuem com o passar dos anos. Não há uma idade limite para realizar os tratamentos com óvulos próprios, mas mulheres de 45 anos, por exemplo, têm uma chance baixíssima de gestação."

Além da questão da idade, as pacientes também lidam com a possibilidade de ter uma baixa reserva ovariana, que pode resultar em uma resposta limitada durante à estimulação hormonal. Isso reduz a quantidade de óvulos coletados e, consequentemente, as chances de sucesso.

"Antes de começar a fertilização, o casal passa por uma avaliação completa, que pode incluir exames hormonais, ultrassonografias e avaliação do sêmen para determinar a melhor abordagem e aumentar as chances de sucesso", continua a especialista. 

Cuidados e riscos  

Antes da fertilização in vitro, é fundamental que a paciente procure um médico especialista em reprodução humana para uma avaliação completa. É importante investigar as possíveis causas da infertilidade, como alterações metabólicas, hábitos de vida e qualquer necessidade de otimização de suplementações ou tratamentos que possam melhorar o potencial reprodutivo.

"Após o procedimento, é importante continuar com os cuidados médicos e seguir rigorosamente as orientações, incluindo o uso das medicações prescritas durante o tratamento. Além disso, recomenda-se repouso relativo após a transferência embrionária, evitando esforços físicos intensos, mas sem a necessidade de repouso absoluto, a não ser que indicado pelo médico", destaca a doutora Graziela.

A especialista ainda alerta que as mulheres interessadas em passar pelo procedimento também devem estar atentas aos riscos que podem ocorrer durante o processo. 

"Durante a fase de estimulação ovariana pode ocorrer a síndrome de hiperestimulação ovariana, que, em casos raros e graves, pode levar à hospitalização. Na fase de punção ovariana, que é um procedimento cirúrgico realizado com sedação e envolve a introdução de uma agulha guiada por ultrassom nos ovários, há riscos associados à anestesia, além de um pequeno risco de sangramento e infecção. Durante a transferência embrionária, que é o momento de menor risco, existe uma chance mínima de perfuração uterina pelo cateter utilizado na transferência", explica.

Caso o procedimento não ocorra da maneira esperada e a mulher não consiga realizar o sonho de engravidar, existe a possibilidade de realizar outras tentativas após determinado tempo. 

"É possível tentar outra fertilização in vitro no ciclo seguinte ou em um intervalo maior, dependendo das recomendações médicas. Não há um limite pré-estabelecido de tentativas, desde que os benefícios continuem a superar os riscos. A repetição do procedimento não causa danos físicos à saúde da mulher, mas pode trazer um impacto psicológico, especialmente devido ao estresse emocional e às expectativas envolvidas. Por isso, é importante ter um acompanhamento psicológico durante o tratamento", completa a ginecologista. 


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