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REPRODUÇÃO/GLOBOPLAY
Gabriel Santana e Fred Nicácio no BBB 23; ator e apresentador se beijaram em festa no reality
O elenco do BBB 23 conta com participantes de orientações sexuais distintas. Apesar de os héteros estarem em maioria no jogo, a produção tratou de selecionar também personalidades que são adeptas a outros formatos de relacionamentos, como Aline Wirley e Fred Nicácio, que são casados com seus respectivos companheiros, mas podem se relacionar com outras pessoas.
Ao Notícias da TV, Daniele Moreira, fisioterapeuta pélvica e sexóloga, explica as diferenças na orientação sexual dos confinados. No reality, Aline, Bruna Griphao, Gabriel Santana e Sarah Alice já se declararam bissexuais.
Fred Nicácio e Bruno Nogueira são os únicos gays da atual temporada. Já Key Alves se apresentou como sapiosexual. O restante do elenco é formado por heterossexuais.
Heterossexual é a pessoa que sente atração somente pelo gênero oposto ao seu. Já o bissexual é a pessoa que se atrai por pessoas de ambos os gêneros, tanto homens quanto mulheres. O relacionamento aberto é aquele que existe um acordo entre ambas as partes. Quando o casal resolve se relacionar com outras pessoas, mas mantendo o relacionamento entre eles. Os dois decidem as regras de como essa relação acontecerá.
"A pessoa gay ou homossexual sente atração pela pessoa do mesmo gênero. Sapiosexual, que é o caso da Key Alves, é quem se atrai pela inteligência do outro e não pela aparência física, independentemente do gênero da outra pessoa. Portanto, o sapiosexual pode ser hétero, homo ou bissexual", esclarece a especialista.
Logo no primeiro dia de BBB 23, o ator de Pantanal disse que gosta de beijar homens e mulheres. Na primeira festa, ele ficou com Fred Nicácio e levou um fora de Paula Freitas. Parte dos telespectadores pesquisou se Santana era gay, mas ele é bissexual.
A sexóloga dá ênfase aos ataques que pessoas bissexuais costumam sofrer por escolherem se relacionar com homens e mulheres. "A dificuldade em aceitação da bissexualidade acredito que está relacionada mais uma vez com o que foi considerado um normal por muitos e muitos anos".
Muitas vezes o fato de você não se enxergar em determinada situação te impede de aceitar que as pessoas são diferentes e que vão se atrair de formas distintas. A atração sexual será diferente para cada um. Só a própria pessoa pode dizer o que sente ou já sentiu pelo outro.
Para Daniele, o debate sobre a sexualidade dos brothers e sisters é valido, já que o Big Brother Brasil é um fenômeno da televisão brasileira e alcança muitos telespectadores, o que que pode contribuir para uma discussão mais saudável sobre o assunto.
"Acredito que sempre existiu uma diversidade sexual grande, mas, sim, com certeza, hoje a televisão consegue mostrar essas diferentes formas de atração para que as pessoas entendam um pouco mais e aceitem a sexualidade do próximo", avalia.
A apresentação de sexualidades distintas nesse e em todos os tipos de programa faz com que as pessoas conheçam mais a infinita diversidade que existe quando o assunto é sexualidade. E tudo isso deve ser visto com mais naturalidade, pois cada um tem o direito de viver e curtir a própria sexualidade da forma achar melhor.
A especialista, no entanto, destaca que, infelizmente, para grande parte do público ainda é difícil aceitar a presença de pessoas não adeptas à heteronormatividade.
"Vivemos em uma sociedade heteronormativa e monogâmica, ainda muito influenciada também por questões religiosas, que impedem a aceitação. Acredito que isso vem mudando, e quanto mais as pessoas conhecem outros modelos de sexualidade, mais elas aprendem a gostar do ser humano como ele de fato é".
O caminho para educar a mudança é a informação e o entendimento. Ainda falta muito para conseguirmos que a sociedade aceite com mais naturalidade as diferenças sexuais, mas quanto mais isso é mostrado e informado, mais esses indivíduos se sentem à vontade para se expor.
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