PSICÓLOGA EXPLICA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Diego Hypolito no BBB 25; o ex-ginasta já teve episódios de crise no confinamento da Globo
Qual é o preço de viver confinado? Para os participantes do BBB 25, o valor atualmente ultrapassa os R$ 2,5 milhões. Apesar da premiação encher os olhos dos competidores, durante a estada na casa mais vigiada do Brasil, eles precisam lidar com sentimentos intensos por conta da pressão de estarem isolados do mundo. Segundo a psicóloga Lidia Maria Guerra Brito, o programa da Globo tem o poder de acionar gatilhos bastante específicos nos participantes, como a exclusão social, as paranoias e o medo do julgamento.
Ao Notícias da TV, a especialista em Terapia Cognitiva Comportamental pela USP (Universidade de São Paulo) explica com mais detalhes o que acontece com o estado físico e mental de uma pessoa que está exposta a um ambiente de confinamento, assim como acontece com os brothers e as sisters.
Para ilustrar a situação, a psicóloga cita o recente mal-estar que Diego Hypolito vivenciou após disputar a Prova Bate e Volta. Vitória Strada revelou que o ex-ginasta havia tido uma crise de ansiedade.
"Nesse caso, os gatilhos no jogo que podem resultar na crise de ansiedade incluem, por exemplo, provas de resistência ou de habilidade, especialmente aquelas que têm impacto direto na permanência na casa, como a que afetou o Diego Hypolito", inicia.
"Nós temos as discussões, as fofocas, a exclusão social [como o que aconteceu com Daniele Hypolito]. Essa exclusão tira da pessoa o senso de pertencimento, isso é relativo à dor física. Temos ainda o julgamento constante, a consciência de estar sendo avaliado pelo público e pelos colegas... O programa é de um nível de exposição muito duro para a maioria das consciências", continua a especialista.
De acordo com Lidia Maria, no caso de Diego Hypolito, o brother sofre com o adicional de ser um atleta, o que faz com que o ambiente de competição fique ainda mais ampliado.
Esse histórico dele pode tanto ajudar quanto dificultar na gestão de crises. Por um lado, ele já desenvolveu a habilidade de disciplina, a resiliência; mas, por outro, a alta pressão competitiva do esporte pode ter deixado marcas, traumas relacionados ao desempenho, ao medo de fracassar, à autocobrança, e isso é reativado pelo contexto competitivo do programa.
Em complemento à fala da psicóloga, a médica psiquiatra Vanessa Greghi analisa que o fato de Diego ser um atleta pode ter gerado uma expectativa um pouco além da que verdadeiramente reflete a atual realidade do brother.
Durante uma das provas do anjo, por exemplo, ele revelou que não consegue permanecer em ambientes fechados durante muito tempo; o comentário causou espanto no público. Posteriormente, o brother explicou que a situação é resultado de traumas de seu passado como ginasta.
"O fato de ele ser atleta pode ajudá-lo na competição, deveria ser um fator positivo, mas não sabemos qual é o momento dele atual. Ele foi atleta em um outro momento da vida dele, não sabemos quais são as inseguranças dele, como está a dinâmica da vida dele, a questão financeira, a saúde mental, os amigos... Não sabemos exatamente", comenta a psiquiatra.
Ainda em conversa com a reportagem, a psicóloga Lidia Maria destaca que é importante olhar também para os impactos físicos de um jogo como o Big Brother Brasil.
"Existe a questão das alterações no sono; a alimentação e a fome, o critério de satisfação fica alterado... Eles podem perder ou ganhar peso. O participante fica alterado e pode desenvolver fadiga crônica, problemas gastrointestinais causados pelo estresse", exemplifica.
"Ao meu ver, o programa é também uma oportunidade para a gente crescer a nível de consciência sobre o outro, sobre o coletivo, sobre como o outro participa e sente", completa a psicóloga.
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