HOMENAGEM
Fotos: REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Frase que se tornou lema do papa Francisco foi exibida no encerramento do Jornal Nacional
Quem assistiu ao Jornal Nacional desta segunda (21) se deparou com uma edição quase que inteiramente dedicada ao papa Francisco (1936-2025), morto nesta manhã por causa de um acidente vascular cerebral e complicações cardíacas. O encerramento do noticiário, porém, exibiu uma frase em latim que se tornou o lema do pontífice: "Miserando atque eligendo". O que ela significa?
A mensagem escolhida pelo religioso argentino pode ser traduzida livremente como "Olhou-o com misericórdia e o escolheu". A Globo optou por algo similar, "Vendo-o com compaixão e escolhendo-o", nos momentos finais da edição.
A emissora também decidiu cortar a música de encerramento e deixar a Redação no escuro em homenagem ao líder da Igreja Católica. A opção pelo silêncio no lugar da trilha final já tinha sido feita no Jornal Hoje e até no SP2.
Tradução do lema em latim foi exibida no Jornal Nacional
O lema escolhido por Francisco adorna o seu brasão, que tem mitra colocada entre as chaves cruzadas de ouro e prata e ligadas por um cordão vermelho. O símbolo também mostra o emblema da ordem de proveniência do papa, a Companhia de Jesus: um sol carregado com as letras em vermelho IHS, um monograma de Cristo, com direito a três pregos pretos.
A frase "miserando atque eligendo" pode ser lida no livro das homilias de São Beda, o Venerável, em texto que faz referência ao encontro de Jesus com São Mateus. "Vidit ergo Iesus publicanum et quia miserando atque eligendo vidit, ait illi 'Sequere me'" --em tradução livre, "Viu Jesus um publicano e dado que olhou-o com misericórdia e o escolheu, disse-lhe: 'Segue-me'".
A morte de Francisco foi confirmada na manhã desta segunda pelos canais oficiais do Vaticano. "O bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do senhor e de sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados."
Horas depois, a Igreja Católica confirmou a causa da morte: um acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca. O pontífice sofria de problemas de saúde e chegou a ficar 40 dias internado com um quadro de bronquite.
Agora, o Vaticano começa os procedimentos para a escolha de um novo líder. O primeiro rito é o velório de Francisco. Seu corpo ficará exposto na Basílica de São Pedro durante três dias para que os fiéis possam prestar suas homenagens. A data do funeral será definida pelo Colégio dos Cardeais.
Um homem que sempre prezou por um estilo de vida mais simples, o argentino pediu que seus rituais fúnebres também fossem simplificados. Ele recusou, por exemplo, o uso do catafalco, uma plataforma onde os corpos dos papas anteriores ficavam expostos para os fiéis.
Após o funeral, a Igreja Católica entra em um luto de nove dias, período no qual são celebradas missas em homenagem ao pontífice. Depois, tem início na Capela Sistina o conclave, no qual os cardeais votam até a escolha do novo papa. O voto é secreto e ocorre em várias etapas, até que um dos candidatos seja eleito pela maioria dos votantes.
Quando um nome foi escolhido, a tradicional fumaça branca sobe da chaminé da capela, sinalizando que os católicos agora têm um novo líder.
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