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Vale Tudo de 1988 vira sombra do remake e desafia estratégia da Globo

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Taís Araujo como Raquel Acioli no remake de Vale Tudo: atriz é o ponto forte da nova versão

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IVES FERRO

ives@noticiasdatv.com

Publicado em 13/4/2025 - 18h00

Vale Tudo estreou na Globo sob uma circunstância incomum e potencialmente arriscada: a versão original da novela, exibida em 1988, está disponível no Globoplay desde 2023 e vive um novo pico de popularidade justamente por conta do relançamento da história. Desde que a emissora confirmou o remake, o público não só se interessou pela repaginação como também passou a revisitar a produção original --o que torna as comparações inevitáveis e, muitas vezes, cruéis.

Logo após o anúncio do remake, a versão de 1988 subiu para o topo do ranking de produtos mais consumidos do Globoplay. E mesmo com a estreia da nova Vale Tudo, no fim de março, o folhetim original permanece em alta na plataforma de streaming.

Na prática, isso significa que o público está revendo ou conhecendo a história de Raquel e Maria de Fátima pela primeira vez, mas sob o filtro de uma comparação direta com o que está sendo exibido na TV aberta.

Esse comportamento do espectador é um prato cheio para o fenômeno das críticas em tempo real. A atuação de Bella Campos, por exemplo, tem sido analisada sob o peso do trabalho de Gloria Pires, intérprete de Maria de Fátima na primeira versão.

Ainda que ambas tenham propostas diferentes --e vivam tempos distintos na teledramaturgia--, a força da memória afetiva e da nostalgia coloca Bella numa situação de julgamento contínuo. O mesmo vale para outros elementos da nova produção, como figurinos e diálogos.

A comparação excessiva pode minar o impacto narrativo da atual versão. Em vez de criar um envolvimento emocional com o público pelo que apresenta de novo, o remake é obrigado a provar o tempo todo que está à altura do que já foi consagrado.

A Globo não enfrentou esse tipo de obstáculo com o remake recentes de Pantanal (2022), considerado um sucesso, porque a versão original da extinta Manchete (1983-1999) não está disponível no Globoplay.

Do ponto de vista estratégico, o streaming serve à Globo como um motor de engajamento complementar. Mas, nesse caso, acaba expondo Vale Tudo a um grande nível de exigência. A boa audiência do remake nas plataformas digitais não necessariamente se traduz em aprovação ou engajamento positivo.

O crescimento da novela original pode estar impulsionado por um desejo de comparação crítica, o que exige da emissora ainda mais cuidado com a condução dos arcos narrativos e das atuações. A expectativa do público não é mais só por uma boa história --é por uma reinvenção à altura de uma das tramas mais emblemáticas da teledramaturgia brasileira.

Internamente, há confiança no trabalho da autora Manuela Dias e do diretor Paulo Silvestrini. Mas o cenário lembra, em certa medida, a pressão enfrentada por Pantanal após o fracasso de Um Lugar ao Sol (2021). A diferença é que Vale Tudo estreou com uma concorrente direta dentro de casa: ela mesma.

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