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MANUELA DIAS

Autora de Vale Tudo adianta principal mudança em Odete Roitman: 'Desmonta'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Odete Roitman (Debora Bloch) aparece no final da primeira chamada do remake de Vale Tudo

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MÁRCIA PEREIRA, colunista

marcia@noticiadastv.com

Publicado em 25/2/2025 - 12h28

Manuela Dias, autora responsável pela atualização de Vale Tudo (1988), explica por que o fato de Maria de Fátima (Bella Campos) ser uma mulher preta não será um problema para Odete Roitman (Debora Bloch) no remake. Na primeira versão da novela, a vilã era preconceituosa, e muitas pessoas esperam racismo por parte da poderosa. A novelista diz que vai acontecer o contrário: uma identificação forte.

"A grande decepção da Odete vai ser lá na frente, quando ela descobrir tudo. É a hora em que a Odete chora, a hora em que a Odete desmonta, a hora em que ela vê, porque ela fala: 'Você me lembra eu mesma, quando eu era pequena, quando eu era jovem'", adianta Manuela Dias.

A autora e parte do elenco conversaram com a imprensa na manhã desta terça-feira (15) em um bate-papo virtual, depois de a Globo lançar o primeiro trailer de Vale Tudo no intervalo de Mania de Você.

Perguntada sobre a ligação que Odete vai ter com Maria de Fátima, jovem ambiciosa que pertence a uma família negra no remake, Manuela respondeu que a questão da representatividade é central não só em Vale Tudo, mas também em sua obra desde a minissérie Justiça (2016).

"Para mim, a função da dramaturgia servir de ferramenta de transformação social é uma questão central na contação de histórias. A gente conta histórias para se divertir, mas a gente conta histórias para estruturar essa teia de valores que sustenta a nossa sociedade. Então, quando a gente tem representatividade, isso é uma atitude central e política."

A novelista afirma que, de 1988 pra cá, todas as pessoas passaram por um processo de letramento em relação a questões estruturais, como o machismo, o racismo e o classismo. Manuela, então, declara:

A gente consegue ver hoje que, naquela época, só tinha dois atores pretos na novela. Naquele momento, até o nosso olhar era tão deformado pelo racismo estrutural que era difícil até ver. Hoje em dia, a gente consegue ver, nomear; existe um avanço incrível. Eu acho que a Raquel sempre foi preta. Ela era branca pela nossa incapacidade social naquele momento de perceber e de dar esse protagonismo também para uma atriz preta.

A autora diz que todos entendem a luta por essa construção de igualdade, que tem que acontecer em todos os âmbitos. "A questão do machismo também, na primeira versão, é chocante. A questão da agressão contra a mulher, na versão de 1988, é totalmente normalizada. E que bom que, hoje em dia, a gente estranha e é capaz de ver o que está acontecendo."

Para Manuela, isso acontece com vários outros conceitos sociais e morais na sociedade, como a questão dos casais homoafetivos e do alcoolismo. Por fim, ela revela como Odete reagirá diante de uma nora negra.

Ela é uma personagem tão pragmática e tão conectada com o que funciona para ela que isso é maior que tudo. Para Odete, serve quem está a serviço dela para executar a agenda dela. Então, assim, Maria de Fátima é perfeita. Ela, inclusive, tanto na versão original como nesta, tem um processo muito forte de identificação com Maria de Fátima.

O remake de Vale Tudo está previsto para estrear em 31 de março, substituindo a novela Mania de Você no horário nobre da Globo. A direção artística da trama é assinada por Paulo Silvestrini.

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