DESPEDIDA
DIVULGAÇÃO/PARAMOUNT PICTURES
Ethan Hunt (Tom Cruise) em Missão Impossível 8; O Acerto Final deixou as cenas de ação de lado
Missão Impossível 8 chega aos cinemas oficialmente na próxima quinta-feira (22) com a difícil missão de encerrar a saga de Ethan Hunt (Tom Cruise). Para amarrar todas as pontas soltas da franquia, o longa aposta em uma estrutura repleta de flashbacks, que relembram os principais eventos dos sete filmes anteriores. A estratégia, no entanto, sacrifica a essência da série, marcada pela ação intensa e pelas cenas eletrizantes.
Na trama, Ethan e sua equipe enfrentam uma nova ameaça global: uma inteligência artificial fora de controle, conhecida como A Entidade. Em sua missão mais pessoal até agora, ele precisa encarar inimigos antigos e aliados ambíguos, como Gabriel (Esai Morales) e Grace (Hayley Atwell).
Em vez de criar um encerramento épico, o filme acaba se tornando uma retrospectiva arrastada. As constantes referências ao passado interrompem o ritmo da narrativa e transformam o que deveria ser um clímax em um passeio por momentos nostálgicos. O excesso de flashbacks também ofusca a performance de Tom Cruise, que se despede de seu personagem em um filme mais preocupado em revisitar o passado do que em explorar o presente.
A tentativa de contextualizar a trama para quem não acompanhou todos os longas é um aceno direto a um problema que a Marvel também vem enfrentando: a resistência do público em consumir produções anteriores para entender os lançamentos mais recentes.
Missão Impossível: O Acerto Final opta por condensar as histórias passadas em sequências expositivas, mas o efeito é o oposto do esperado --em vez de facilitar a compreensão, torna a experiência cansativa e repetitiva.
A franquia, que sempre se destacou pelas cenas de ação inovadoras e pelas acrobacias insanas de Cruise, agora aposta em uma narrativa excessivamente dependente de tudo que já foi visto. O resultado é um filme que se arrasta em meio a memórias, deixando pouco espaço para novas sequências de ação e conflitos realmente empolgantes.
A despedida de Ethan Hunt poderia ter sido um espetáculo de tirar o fôlego, mas o foco em revisitar o passado faz com que Missão Impossível 8 perca a força. O público vai sair do cinema com a sensação de ter assistido a um apanhado de cenas antigas, em vez de uma conclusão grandiosa para uma das franquias mais icônicas do cinema de ação.
Ao tentar corrigir um problema enfrentado pela Marvel, o filme acaba criando outro. Em vez de simplificar a trama, transforma a última missão de Ethan Hunt em um emaranhado de referências que diluem a força da história. Uma escolha arriscada que, infelizmente, não cumpre o que promete.
Dirigido por Christopher McQuarrie, Missão Impossível 8 também conta com os retornos de Ving Rhames, Simon Pegg, Pom Klementieff e Henry Czerny. O filme ganha sessões especiais neste fim de semana, antes da estreia oficial.
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