Vendas de Bruno Mars são adiadas após prefeito do RJ não autorizar show

Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) não autorizou a realização dos shows do cantor Bruno Mars na cidade em outubro deste ano. O político afirmou que, por se tratar de período eleitoral, ter um evento de grande porte na época quebraria regras do município. A Live Nation Brasil, responsável pela vinda do artista para o país, anunciou que as vendas serão postergadas e que está tentando resolver a situação.

Bruno Mars anunciou que faria duas apresentações no Rio de Janeiro, em 4 e 5 de outubro. No entanto, o primeiro turno das eleições municipais acontece um dia depois.

Paes pontuou que já tinha avisado para a Ticketmaster, que controla a venda dos ingressos, da impossibilidade de realizar os shows na data divulgada.

"O processo eleitoral exige uma mobilização muito grande de servidores para acontecer. Isso se dá principalmente em relação às forças policiais e à Guarda Municipal. Imaginar que vai se fazer qualquer grande evento no Rio de Janeiro (diria até que no Brasil) às vésperas das eleições é absurdo pela necessidade de mobilização de uma grande quantidade desses mesmos agentes públicos", escreveu o chefe do executivo nas redes sociais.

O prefeito pediu para que os fãs não comprassem os ingressos que estão sendo anunciados pela empresa. "É incrível a irresponsabilidade dessa
Live Nation! Vou acionar a policia e os órgãos de defesa do consumidor."

"Estão vendendo o que não podem entregar. Nesses dias não acontecerá o show no Rio de Janeiro. E mesmo assim insistem em vender. Queremos muito a presença de Bruno Mars aqui. Só precisam respeitar as regras da cidade", reclamou o político no X, o antigo Twitter.

Paes ainda publicou um vídeo para explicar a situação. "O Rio de Janeiro tem todo o prazer, o potencial e a vocação para receber grandes eventos. É bom para a cidade, para a economia, para a população, trabalhadores e empresários. Eu sou o primeiro que faz questão e dou toda a força para receber", iniciou.

Vocês vão me desculpar a expressão, mas aqui não é casa da mãe Joana. O Rio tem ordens, tem governo, tem governante e o principal: tem responsabilidade com a população. Quando eu comuniquei aos produtores do show do Bruno Mars que não poderíamos receber o show na data que foi apresentada, eu deixei claro que era por causa da eleição, onde o contingente de segurança estava todo comprometido. 

O político explicou que, apesar de as eleições serem no domingo, o transporte das urnas já começa dias antes, e a escala de serviço da Guarda Municipal e da Polícia Militar são alteradas.

"Precisa ter mais agentes fiscalizando as seções eleitorais, antes e depois das eleições. Ou seja, a gente tem uma prioridade, que é assegurar que a população do Rio de Janeiro tenha toda a segurança para assegurar seu direito ao voto", explicou.

"Mas, pelo visto, esses produtores se acharam mais importantes do que o povo do Rio, ou não entenderam, e decidiram bater de frente com o poder público achando que a gente ia acatar uma decisão arbitrária e abusiva, de ir contra uma determinação oficial. Aqui não vai rolar isso", afirmou.

Resposta da Live Nation

Em comunicado enviado à imprensa, a Live Nation explicou que vai adiar as vendas dos shows do Bruno Mars e tentar resolver a situação com a prefeitura do Rio de Janeiro.

"Atendendo à solicitação da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, a Live Nation Brasil, ciente da necessidade de alteração, anuncia que a pré-venda e venda geral para o segundo show do Bruno Mars na cidade, atualmente marcado para o dia 5 de outubro no Estádio Nilton Santos, serão postergadas", avisou a produtora.

"Trabalharemos em estreita colaboração com o gabinete do prefeito para encontrar uma solução para os fãs. Todas as informações de pré-venda e venda serão divulgadas em breve junto com atualizações sobre as datas do evento", informou.

De acordo com a empresa, os shows de São Paulo e Brasília seguirão normalmente, e iniciam a pré-venda para as datas extras nesta quinta (9).