SAIU EM 2020
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O ator Antonio Fagundes em entrevista ao podcast do jornal O Globo: seu foco é no teatro
O ator Antonio Fagundes explicou que partiu dele a decisão de colocar um ponto-final no contrato fixo com a Globo. O veterano explicou que, durante as renegociações para renovação do seu vínculo, foi surpreendido por uma das exigências da emissora –a de que não teria mais um esquema especial para conciliar gravações com suas peças de teatro.
“Quando a emissora disse que eu não teria mais esse esquema de gravar segunda, terça e quarta para fazer as minhas peças, eu falei: ‘Não faço mais’", afirmou o intérprete, em entrevista à colunista Mônica Bérgamo, da Folha de S. Paulo, neste domingo (20).
A avaliação de Fagundes é que a líder de audiência saiu perdendo muito mais com o fim do contrato:
Eu levei 44 anos para me especializar. Quando atingi o auge da minha especialização, eles mudaram o processo de produção. Perderam o investimento deles. Perderam o patrimônio deles (...). Alguns colegas de teatro reclamam sobre a TV, dizendo: ‘Eu não sou máquina'. Eu não. Eu queria ser uma máquina, a mais perfeita daquele processo.
O artista ainda apontou que a Globo “jogou a criança fora junto com a água da bacia” com a demissão de grande parte do seu elenco nos últimos anos. “Tem uma turma que está lá agora, de jovens extraordinários, mas que não têm 40 anos de experiência", finalizou.
Fagundes deixou a emissora em 2020, em uma onda de demissões que também afetou Stênio Garcia, Vera Fischer, Renato Aragão, Miguel Falabella e até Tarcísio Meira (1935-2021).
“Ao longo desses 44 anos, eu peguei o auge da dramaturgia da emissora e tive a chance de trabalhar com os maiores autores. Das mais de 40 novelas que eu fiz na Globo, pelo menos umas 30 são icônicas. Então eu tive muita sorte, por poder escolher, e ao mesmo tempo um material muito bom, muito forte", disse ele, em entrevista ao Notícias da TV na época.
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