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Polêmica nos EUA

Jimmy Fallon muda programa e faz discurso emotivo sobre blackface: 'Não sou racista'

Divulgação/NBC

Com uma blusa preta e cabisbaixo, Jimmy Fallon demonstra tristeza durante discurso em seu programa, The Tonight Show

Jimmy Fallon durante discurso na edição de segunda (1º) do The Tonight Show; cabisbaixo e emotivo

REDAÇÃO

Publicado em 2/6/2020 - 13h05

O apresentador Jimmy Fallon realizou um discurso emotivo sobre o uso de blackface feito por ele no ano 2000, em esquete do humorístico Saturday Night Live no qual imitou o comediante negro Chris Rock. "Não sou racista", disse na edição da última segunda-feira (1º) do programa The Tonight Show. "Eu estou horrorizado e sinto muito."

Essa foi a primeira vez que o humorista falou sobre esse assunto na TV, pois seu talk show na rede NBC estava em um hiato, exibindo apenas reprises nas últimas semanas. Ele mudou a programação inicial, que teria a cantora Lady Gaga como convidada, e abriu um espaço para discutir questões raciais em um momento no qual os Estados Unidos estão sob uma tensão não vista há mais de meio século, após um policial branco em Minneapolis matar George Floyd, um homem negro.

Até, então, Fallon tinha apenas se posicionado no Twitter. Com mais tempo, ele esclareceu algumas coisas e aprofundou seu pensamento. "Eu tive de me examinar profundamente na semana que passou. Fiquei perplexo. Não porque as pessoas tentaram me cancelar ou cancelar o meu programa, o que é assustador o bastante. Mas o que mais me assombrou foi como eu poderia dizer: 'Eu amo essa pessoa [em referência ao ator Chris Rock].'"

"Eu respeito esse cara mais do que a maioria dos outros seres humanos", continuou Fallon, que foi colega de Saturday Night Live de Chris Rock, ambos alçados à fama pelo humorístico. "Eu não sou racista", afirmou.

Jimmy Fallon usou blackface para imitar Chris Rock

Fallon também comentou que, em um primeiro instante, recebeu conselhos para não se posicionar sobre a polêmica, depois de ser atacado nas redes sociais. Porém, ele não se calou e escreveu, no Twitter, que "não há justificativas" para o uso de blackface.

A prática, que consiste em uma pessoa branca pintar o rosto com tinta escura para imitar uma pessoa de cor, é extremamente condenável pela sociedade americana. A técnica controversa surgiu no século 19, foi muito usada em peças teatrais e até nos primórdios do cinema no século seguinte, para ridicularizar negros.

"Eu percebi que o silêncio é o maior crime que homens brancos como eu podem cometer", comentou Fallon no The Tonight Show da segunda. "Nós precisamos falar algo. Temos de parar de postar 'Isto não é ok' um dia no Twitter."

Fallon conversou com homens negros especialistas em questões raciais e que estão inseridos na luta por igualdade e respeito na sociedade dos EUA. Um deles foi Derrick Johnson, presidente da NAACP (Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor), organização de grande e importante influência. Johnson elogiou o posicionamento do apresentador.

"Em tempos como os atuais, muitas pessoas estão em busca de respostas. Mais e mais pessoas precisam falar sobre o que são e expor seu ponto de vista com uma voz autêntica. E eu acredito que você fez justamente isso", pontuou Johnson. "É preciso coragem para fazer isso."

O outro convidado foi Don Lemon, âncora negro do horário nobre na CNN americana que tem sido uma voz importante durante a cobertura das manifestações contra a violência policial que tomam conta dos EUA. Ele também aplaudiu Fallon. "É hora de mudar, e eu agradeço por você tomar a dianteira e ser um líder."

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