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Série da Globo

Com direito a palavrão e violência, A Teia tem estreia eletrizante

Estevam Avellar/TV Globo

Os atores João Miguel e Marat Descartes em cena do primeiro capítulo de A Teia, série da Globo - Estevam Avellar/TV Globo

Os atores João Miguel e Marat Descartes em cena do primeiro capítulo de A Teia, série da Globo

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 28/1/2014 - 23h07
Atualizado em 29/1/2014 - 0h33

Roteiristas gabaritados no cinema nacional, Braulio Mantovani e Carolina Kotscho assinam juntos o primeiro projeto de ambos para a televisão. A série A Teia, estreia desta terça (28) na Globo, traz, assim, uma pegada cinematográfica para a televisão e dessa vez não na direção, mas no texto, marcado sobretudo pela densidade psicológica dos personagens, baseados em tipos reais depois de uma extensa pesquisa realizada por Carolina.

A Teia narra a história de Baroni (Paulinho Vilhena), um bandido que toca o terror com os crimes que pratica. Logo na primeira sequência, o público é convidado a conhecer a falta de limites do ladrão: ele não hesita em derrubar o caminhão que dirige com carga roubada despenhadeiro abaixo, ainda que dentro da boleia estivessem sua namorada e sua enteada.

Eis que a narrativa, então, recua três meses, quando Baroni e sua gangue executa um roubo a uma carga de uma aeronave. Surge aí o segundo nome importante da série, o delegado Jorge Macedo (João Miguel). Aparentemente, o delegado cai de gaiato na investigação, mas a essa altura já sabemos que ele ficará no encalço de Baroni.

Sem dúvida, a sacada da série reside no fato de os roteiristas terem humanizado os dois protagonistas: Baroni é cruel, mas tem um ponto fraco, sua paixão por Celeste (Andreia Horta). Em contrapartida, Macedo precisa corrigir sua conduta errática e violenta como policial para recuperar seu prestígio e conseguir voltar a ficar perto de sua família. A moeda de troca? Conseguir desmembrar a quadrilha responsável pelo roubo no aeroporto.

Também é curioso notar a diferença de interpretação dos dois atores. Contido e extremamente convincente, João Miguel deixa subentendido o que seu personagem pensa. O embate que teve com o senador Gama (Miéle) foi emblemático de como um texto pode ser dito apenas com olhares. Os dois não se bicam, mas nenhuma palavra é trocada entre eles e somente na cena seguinte é que o público tem a certeza de que são inimigos. 

Já Paulinho Vilhena, que não é nenhum ás da interpretação, cumpre seu papel, embora pudesse se esforçar mais. Convence como o bandido sangue bom, mas é ajudado (e muito) pela ação impressa no roteiro. Com cenas eletrizantes, A Teia teve uma estreia promissora, embalada, ainda, por uma excelente trilha sonora rock and roll, que vai de Rolling Stones a Nirvana.

Recurso quase inédito na televisão, o uso de palavrões foi exacerbado, mas completamente dentro de contexto. A série não precisou apelar para o sexo na tentativa de conquistar o telespectador, que teve a atenção roubada pela tensão crescente.

Quanto à direção de Rogério Gomes, por todo o tempo que A Teia teve de preparo, poderia ter sido um pouco mais ousada. Lembrou muito o padrão de novelas, exceção feita a poucas cenas, como a que Jorge Macedo procura pistas do alto de um helicóptero ou uma e outra tomada de paisagem. Fora isso, A Teia é uma ótima opção para quem busca um pouco mais de adrenalina na televisão. 

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