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Análise | Teledramaturgia

Cambaleantes, Tatá e Caio Castro corrigem erros em Paraisópolis

Fabiano Battaglin/Gshow

Os atores Caio Castro e Tatá Werneck se encaram durante gravação da novela I Love Paraisópolis - Fabiano Battaglin/Gshow

Os atores Caio Castro e Tatá Werneck se encaram durante gravação da novela I Love Paraisópolis

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 26/6/2015 - 12h59
Atualizado em 27/6/2015 - 6h13

Pensada inicialmente para ser uma novela das seis, I Love Paraisópolis apresenta qualidades que se encaixariam em tramas de qualquer horário. O principal ponto do folhetim, sem dúvida, é o humor, muito bem pontuado nos diálogos. Mas tamanha precisão textual de nada adiantaria se as atuações não fossem condizentes com a proposta dos autores, Alcides Nogueira e Mario Teixeira.

Com história fluída e coadjuvantes em função do bom andamento da trama, I Love Paraisópolis tem, ainda, o bom elenco protagonista a seu favor. Bruna Marquezine (Mari), Mauricio Destri (Benjamin), Maria Casadevall (Margot), Tatá Werneck (Danda) e Caio Castro (Grego) emprestam o carisma pessoal a seus personagens.

Cambaleantes no início, Castro e Tatá souberam a tempo reverter deslizes da atuação sem prejuízos à história. Tatá corrigiu sua dicção frenética e suas falas tornaram-se compreensíveis. Além disso, ela eliminou maneirismos que trouxe de sua personagem anterior, Valdirene, de Amor à Vida (2013). Ingênua mas inteligente, Danda é o oposto de Mari e serve também como "orelha" da protagonista.

Já Castro mostrou que encontrou o tom do bandido Grego. O texto da novela ajudou nessa composição à medida que tornou o personagem mais equilibrado, dando a ele humanidade. Grego é um "vilão" de coração mole, com sérios problemas afetivos e um amor não correspondido por Mari, o que o deixa à beira do desequilíbrio. Ele mete medo em todo mundo na idealizada favela de Paraisópolis, mas nunca é visto fazendo nada ilegal. O noveleiro mais atento já notou que Grego é o tipo de malvado que, no final, pode se regenerar. Seria essa regeneração obra da psicóloga Patrícia (Lucy Ramos)?

Mari, por sua vez, não chega a ser propriamente barraqueira, mas é mais agressiva que a maioria das mocinhas de novela. Bruna Marquezine tem o físico ideal para a personagem, emprestando a ela um quê de sensualidade, o que a contrapõe ao jeito almofadinha de seu par romântico, Benjamin. Maurício Destri, a aposta de novo galã, segura a onda e também convence como protagonista. Lembra um pouco Marco Pigossi, outro nome de destaque da nova geração. 

E Margot é a mais maniqueísta do quinteto. Sofisticada apesar do passado simples, a arquiteta faz de tudo para não perder o amor de Benjamin, mas também é dona de nuances. Frequentemente, protagoniza cenas de comédia pastelão: já participou de uma guerra de comida com Mari, em sequência que lembrou a emblemática cena de Guerra dos Sexos (1983), e também já tomou banho de tinta.  

Por fim, Nicette Bruno. Não, Nicette não é jovem, mas depois de papéis aquém de seu talento _como em Salve Jorge (2012), em que contracenava boa parte do tempo com um cachorro_, a atriz prova que nem só o time de rostos novinhos brilha.

Com um ótimo tipo em mãos, ela transita entre o drama e o humor com naturalidade, passa verdade e emoção a cada vez que entra no ar. Sua Izabelita é jovial, engraçada e dona de frases certeiras a respeito dos personagens com quem contracena, além de emocionar com as cenas em que é acometida pela falta de memória, sinais do mal de Alzheimer.  

I Love Paraisópolis começou despretensiosamente, mas pouco tempo depois da estreia conquistou o público pela simplicidade da história e a qualidade dos diálogos. A novela mostrou a que veio e hoje segue seu ritmo sem grandes solavancos. O elenco tem feito sua parte.


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