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WALCYR CARRASCO

Autor tremeu na base com missão difícil em novela da Globo: 'Sou tão apavorado'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Walcyr Carrasco usa óculos de grau e está com expressão séria

Walcyr Carrasco em entrevista ao Fantástico em 2009, ano em que escreveu Caras & Bocas na Globo

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 13/4/2023 - 6h35

Há 14 anos, Caras & Bocas (2009) estreava na Globo com a difícil missão de recuperar a audiência da faixa das sete após a fracassada Três Irmãs (2008). Walcyr Carrasco, inclusive, admitiu que temia não conseguir atingir as expectativas da emissora e do público com a nova novela. "Eu sou tão apavorado!", afirmou o autor --que cumpriu a tarefa com louvor.

"Torcia, sim, para que desse certo, mas ainda hoje, a cada capítulo eu fico preocupado, olhando a audiência... Sou do tipo que nunca diz: 'Já ganhei'. A não ser ao final do jogo. Agora, saber que o público está gostando da novela me dá uma alegria imensa. Até porque procuro passar mensagens positivas, que refletem minha maneira de ver o mundo", explicou o dramaturgo em entrevista ao jornal Extra na época.

Outro detalhe apavorou Carrasco antes mesmo da estreia do folhetim: a decisão arriscada de colocar um macaco como protagonista. "Não tinha carta na manga e havia criado uma trama em que o macaco tinha que funcionar. O papel ganhou força, sim, na medida em que o [diretor] Jorge Fernando [1955-2019] mostrou habilidade para dirigir as cenas", disse o novelista.

Ao apostar principalmente no humor, Caras & Bocas conquistou o público e chegou até a ser esticada. A novela terminou com 30,9 pontos de média na Grande São Paulo --deixando para trás os 24,3 pontos de média da narrativa litorânea antecessora.

O folhetim tinha como proposta principal fazer uma crítica ao mercado da arte, além de ter abordado o tráfico e exploração de animais selvagens. Na trama, o artista plástico Denis (Marcos Pasquim) atingia a fama e o sucesso com as obras pintadas pelo chimpanzé Xico (vivido pela macaca Kate).

A novela também contava a história de amor entre Dafne (Flávia Alessandra) e Gabriel (Malvino Salvador). O casal tinha sido separado na juventude pelas armações do avô da moça, o milionário Jacques (Ary Fontoura).


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