Locutores vs Atores
Reprodução/Facebook
A dubladora e locutora Mabel Cezar, nova voz-padrão feminina de chamadas da Globo
GILVAN MARQUES
Publicado em 22/10/2013 - 16h35
Atualizado em 24/10/2013 - 12h17
Locutores estão furiosos com a Globo porque a emissora está utilizando atores, sem registro profissional de locução, para fazer chamadas de programas.
O registro, chamado de DRT, é fornecido pela Delegacia Regional do Trabalho. É obrigatório para o exercício da função de locutor.
Diretor administrativo da Ablap (Associação Brasileira de Locutores, Apresentadores e Produtores de Rádio e TV), Carlos Silva reclama que os artistas da Globo estão exercendo indevidamente o trabalho de locutores.
“Acho que a busca da emissora pela classe C e outros públicos, como o feminino, é legítimo, mas o que me incomoda é que eles [os artistas] não possuem o DRT [para locucão]”, afirma.
Já Alexandre Samuel Oleto, diretor-executivo do Sindicato dos Radialistas do Estado de São Paulo, vai além. Diz que isso se configura como “ato criminoso”.
“O sindicato repudia toda e qualquer empresa de comunicação que coloca pessoas no lugar de profissionais devidamente capacitados. Utilizar profissionais sem DRT é um ato criminoso e um exercício ilegal da profissão”, esbraveja o sindicalista.
A Globo tem diminuído o espaço de sua voz padrão, o locutor Dirceu Rabelo, e aumentado cada vez mais a participação de atores e atrizes como Danton Oliveira, Marília Pêra e Danton Mello. Todos eles já fizeram chamadas de programas da Globo.
O movimento provoca discussões e incômodos.
Outros locutores ouvidos pelo Notícias da TV dizem não se importar com a concorrência “pontual”, mas temem que a ação da Globo vire “moda” no mercado, e outras emissoras passem a copiá-la.
Procurada pela reportagem, a Central Globo de Comunicação disse apenas não ter “conhecimento [do assunto]”.
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