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UNIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS

Repórteres da Globo terão de produzir para internet e temem novas demissões

Reprodução/TV Globo

A repórter Cinthia Toledo com microfone com logotipos da Globo e do G1 no SP1 de terça (17) - Reprodução/TV Globo

A repórter Cinthia Toledo com microfone com logotipos da Globo e do G1 no SP1 de terça (17)

DANIEL CASTRO

Publicado em 18/10/2017 - 10h51
Atualizado em 18/10/2017 - 14h18

Um raro clima de insegurança tomou conta das Redações da Globo nesta semana. Após a demissão de dezenas de profissionais da área esportiva, novos cortes são esperados no jornalismo da emissora mais rica e estável do país. O terror nos bastidores tem um forte motivo: o processo de unificação de estruturas que levou às dispensas no departamento de esporte também está ocorrendo nas Redações dos telejornais.

Desde o final de abril, repórteres e correspondentes da Globo estão obrigados a produzir conteúdos exclusivos para o canal pago GloboNews, e vice-versa. O próximo passo será gravar vídeos e escrever textos para o portal de internet do grupo, o G1.

Desde a semana, repórteres de telejornais locais de São Paulo e Rio de Janeiro estão indo para as ruas com canoplas de microfone que trazem os logotipos da TV Globo, da GloboNews e do G1. 

Ainda não há uma ordem interna determinando a produção de conteúdo para as três plataformas (houve apenas uma experiência com o repórter Bruno Tavares, recentemente), mas os jornalistas já sabem que isso vai acontecer, é questão de tempo. Foi assim com a GloboNews.

Primeiro, instituiu-se a canopla com o logotipo do canal de notícias. Depois, os chefes da GloboNews passaram a pedir "por favor" para os repórteres da Globo gravarem passagens (quando o repórter aparece em ambiente externo) e offs (locuções cobertas por imagens) exclusivos.

Desde abril, por determinação do diretor-geral de jornalismo, Ali Kamel, a produção de vídeos para Globo e GloboNews é obrigatória, conforme oNotícias da TV informou em primeira mão.

Telejornais de rede, como o Jornal Hoje, já veiculam reportagens gravadas por repórteres da GloboNews. Agora, se há repórter da Globo cobrindo um assunto, não se escala um repórter da GloboNews para fazer a mesma coisa, e vice-versa.

Essa otimização de produção, inevitavelmente, levará a cortes, como os realizados nesta semana na área de esporte. Entre os demitidos, estão Cesar Seabra, diretor regional de esportes da Globo em São Paulo, que ajudou no processo de unificação das estruturas. Também foram dispensados a apresentadora Vanessa Riche e o comentarista Rivelino Teixeira, ambos do Sportv.

Procurada, a Globo afirmou, via área de Comunicação, que "não haverá cortes no jornalismo". "A integração já existe, e os profissionais já trabalham em um só ambiente", complementou.

Ontem (17), em nota oficial, a emissora confirmou as demissões na área de esportes, sem revelar números e nomes. Argumentou que o projeto de unificação de estruturas da área, também revelado pelo Notícias da TV em primeira mão, "não nasceu com o objetivo de cortar pessoas e sim de rever a forma de atuação das diferentes áreas que atendem ao Esporte, criando uma visão sinérgica".

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