ACUSADO DE ASSÉDIO
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
Marcius Melhem: ex-funcionário da Globo alega que é vítima de complô de mulheres que o acusam
Marcius Melhem se defendeu das acusações de assédio feitas por Dani Calabresa e outras três mulheres. O ex-funcionário da Globo diz que errou em dar muita liberdade para seus colegas de trabalho, que passaram de amigos para subordinados dele assim que foi promovido a chefe do núcleo de Humor. Segundo o artista, trotes nu, aparições de cueca e exibição do pênis ereto nas gravações eram comuns. "Ambiente de trabalho de humor", afirmou.
O Metrópoles entrevistou Melhem e Dani, Renata Ricci, Georgiana Góes e Veronica Debom, que alegam terem sido vítimas de abusos sexuais e psicológicos. Em um dos relatos delas, o ator supostamente se aproveitou da intimidade para brincar com o pênis ereto. Melhem nega.
"Já mostrei o pênis brincando em época de faculdade. Ambiente de trabalho, não", se defendeu. "Não vou entregar as pessoas, mas teve situações em que tinha ator em cena, e o outro estava mostrando o pau fora de cena. Num ambiente de trabalho de humor tem muita brincadeira, as pessoas brincam o tempo inteiro", contou ele.
Marcius Melhem mencionou brincadeiras que o elenco costumava fazer em festas, confraternizações e até nos bastidores das gravações: trotes de receber alguém de cueca em seu primeiro dia de trabalho, esfregar as partes íntimas no ombro dos amigos e em seus pertences, e "dívidas" de apostas que envolviam cumprir desafios sem roupa.
"Teve uma aposta de correr pelado. A do Zorra Total eu nunca paguei, mas a do Tá no Ar teve um ano que a aposta era assim: 'se bater tal recorde, eu pulo na piscina pelado'. Mas ninguém me viu pelado, quando me viram, eu já estava dentro da piscina. Todo mundo riu, brincou. Tem brincadeiras de atores muito piores que essa aí", criticou.
"Eu tinha uma brincadeira com um redator, coisas de menino, de chegar nos que tinham mais intimidade e encostar o pênis no ombro. Coisa de quinta série. Quem não gostava tinha liberdade para externar que não gostava. Nunca brinquei com alguém que não brincasse de volta", pontuou.
As mulheres que o acusam de assédio disseram que as atitudes de Melhem eram questionáveis por misturarem trabalho e vida pessoal. Elas relataram tentativas de se esquivar de interações com o então diretor de Humor, que teria usado seu cargo para provocar situações constrangedoras.
O artista explicou que agia dessa forma para tentar quebrar a barreira de "chefe carrasco". A atriz Maria Clara Gueiros, as roteiristas Luciana Fregolente e Carolina Warchavsky, os diretores Cininha de Paula e Mauro Farias, e os atores Marcelo Adnet e Eduardo Sterblicht falaram que o ambiente era tóxico.
"Olhando em perspectiva, tiveram comportamentos que a gente fazia, que eu, como chefe, não deveria ter feito. Para mim, que era colega dessas pessoas e depois virei chefe, não deveria tratar todos diferente [por conta de um cargo]. Achava que esse era o erro", admitiu Melhem.
Dani Calabresa descreveu que perdia oportunidades de fazer outros trabalhos dentro da Globo por influência do ex-chefe. O abuso psicológico teria acontecido quando ele provocava um sentimento de dívida com os funcionários que ajudava.
"Estava insustentável trabalhar em um ambiente em que eu comecei a perceber que eu era barrada dos convites; que eu não era liberada para as coisas; que eu estava trabalhando com tremedeira; que ele se aproveita das brincadeiras para brincar ereto; que ele pega de verdade; ele tenta enfiar a língua de verdade. Não é selinho, não é piada, não é brincadeira", lamentou Dani ao Metrópoles.
Como ele não consegue negar, porque é verdade, ele tenta confundir a opinião pública e tenta manipular a narrativa de que 'são todas loucas'. Só que olha quantas loucas --e esse grupo não está completo.
Carolina Warchavsky não percebeu que tinha sido vítima até ver os primeiros depoimentos da apresentadora do CAT BBB. "Eu entendi todos os comportamentos típicos de assédio que estavam acontecendo, tudo o que eu tinha ouvido falar quando comecei na Globo. Eu entendi que era verdade, que eu tentei bloquear um tempo como se não fosse", concordou ela.
"O que me chamava mais a atenção era uma certa falta de vida pessoal. Ele queria transformar aquela coisa do trabalho, a espontaneidade das relações profissionais, para a vida dele", contou o ator Marcelo Adnet.
Marcius Melhem está sendo investigado em um inquérito policial aberto em 2020 pela Delegacia da Mulher do Rio de Janeiro e processa Dani Calabresa por danos morais.
Assista às entrevistas completas:
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.