Análise
Reprodução/TV Globo
Xuxa e Jô em conversa de 2005, reprisada em 2014, quando ele estava doente e ela, fora do ar
DANIEL CASTRO
Publicado em 26/12/2016 - 5h28
Uma série de incríveis semelhanças está chamando a atenção nos bastidores da Globo. Um contrariado Jô Soares renovou contrato com a emissora na semana passada por apenas um ano e ficará todo esse ano fora do ar. Foi exatamente o que aconteceu com Xuxa Meneghel em 2014. Doze meses depois, o contrato da "rainha dos baixinhos" não foi renovado.
Xuxa foi uma das principais estrelas da Globo durante 28 anos. Jô ficou mais tempo na emissora, mas seu talk show, entre Globo e SBT, também durou 28 anos.
Na última quinta-feira (22), Globo e Jô Soares chegaram a um acordo. Sem um projeto para o apresentador no ano que vem, a emissora ofereceu a ele um ano de férias remuneradas. No final de 2017, ambas as partes voltam a conversar sobre um novo projeto, já que a Globo, diferentemente do humorista, escritor e dramaturgo, não quer mais o Programa do Jô.
Nas primeiras semanas de 2014, Globo e Xuxa também renovaram contrato por mais um ano. Em baixa no Ibope, o TV Xuxa chegava ao fim naquele mês. Como não tinha um projeto para a apresentadora, a Globo ofecereu a ela uma licença para tratar de uma sesamoidite no pé esquerdo, uma inflamação causada por estresse de movimentos repetitivos, que obrigava a loira a usar bota ortopédica.
Combinaram de voltar a conversar no segundo semestre daquele ano. Foi quando a rede de TV colocou na mesa que só renovaria contrato se houvesse um novo formato e a disposição de Xuxa de buscar um novo público, de fazer algo diferente de tudo o que já tinha feito. O salário já não seria mais um supersalário. Com a Record no pé de Xuxa, as negociações não vingaram.
Pode acontecer o mesmo com Jô Soares? Sim e não. A Globo não dispensa suas estrelas de uma hora para a outra (só de um ano para o outro). Costuma mantê-las contratadas, mesmo na geladeira, com ganhos inferiores, mas garantidos, durante vários anos.
O futuro de Jô na Globo depende da disposição do apresentador de se adaptar, de aceitar fazer algo bem menos glamuroso do que um prestigiado programa diário de entrevistas. A emissora cogitou dar a ele uma coluna no Jornal da Globo, mas o apresentador recusou com certa violência, dizendo que não voltaria para trás, já que teve o mesmo espaço nos anos 1980.
Jô também pode continuar fazendo o que fez nas últimas três décadas em um canal de TV por assinatura do grupo. Mas terá de ser algo mais simples, mais barato, talvez até sem banda. E só depois que o horário que ocupou até a semana passada estiver consolidado com outro nome _o de Pedro Bial.
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