Memória da TV
Divulgação/TV Globo
Belisa Ribeiro, Renato Machado e Luciana Vilas Boas, os três primeiros apresentadores
REDAÇÃO
Publicado em 2/8/2017 - 5h23
Exibido desde 2 de agosto de 1982, o Jornal da Globo teve muitas mudanças de formato, apresentadores e colunistas ao longo de 35 anos. Antes da sobriedade de William Waack, o telejornal chegou a ter três âncoras na mesma bancada, comentários divertidos de Jô Soares e Chico Anysio e até um momento dedicado à leitura de textos poéticos.
Ao todo, 31 jornalistas já passaram pela bancada do Jornal da Globo, se revezando entre um trio, duplas e apresentações individuais. Entre 1986 e 1992, ficou marcado por ter casais no comando: Eliakim Araújo (1941-2016) e Leila Cordeiro, até 1989, e Fátima Bernardes e William Bonner.
Eliakim, aliás, era responsável pela leitura de textos de poetas, dramaturgos e cineastas num quadro em que Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) era um dos colaboradores. As colunas do Jornal da Globo também tinham espaço para críticas com descontração, com comentários de Jô Soares e esquetes do Casseta & Planeta, por exemplo
Relembre curiosidades e fatos marcantes dos 35 anos do Jornal da Globo:
ramón vasconcelos/tv globo
O jornalista William Waack apresenta o Jornal da Globo sozinho desde outubro de 2015
Rodízio de apresentadores
Quando William Waack e Christiane Pelajo assumiram o comando do Jornal da Globo em 2005, mais de 20 profissionais já haviam ocupado aquela bancada. Só de apresentadores titulares, o telejornal teve 15. Os pioneiros foram Renato Machado, Luciana Villas Boas e Belisa Ribeiro, de 1982 a 1983. Depois deles, viraram âncoras personalidades como Leilane Neubarth, Lilian Witte Fibe, Monica Waldvogel, Sandra Annenberg e Ana Paula Padrão.
Antes de segurar as pontas no noticioso durante a licença médica de Waack na semana passada, Carlos Tramontina também já havia comandado o telejornal: ele assumiu interinamente durante pouco mais de três meses no ano 2000, após a saída de Lilian Witte Fibe.
reprodução/globo
Chico Anysio fazia comentários de humor no Jornal da Globo durante a década de 1990
Espaço do humor
Nas décadas de 1980 e 1990, o Jornal da Globo dedicava um bom espaço entre suas reportagens para colunas de humor. Nos primeiros anos, o bloco de comédia chegou a contar com nomes já extremamente consagrados, como Jô Soares e os cartunistas Chico Caruso e Henfil. Com bom humor, Jô tinha liberdade para fazer os comentários que quisesse sobre política, economia e imprensa.
Nos anos 1990, outro grande nome da Globo começou a fazer críticas bem-humoradas sobre política: Chico Anysio estreou no telejornal em 1992. Dois anos depois, durante a Copa do Mundo de 1994, foi a vez dos humoristas do Casseta e Planeta, que entrevistavam torcedores e atuavam em esquetes sobre a competição.
divulgação/TV Globo
Eliakim Araújo era responsável por ler os textos de poetas e dramaturgos no telejornal
Literatura
Além de notícias, análises, reportagens e humor, o Jornal da Globo também teve no início sua dose de poesia. Na década de 1980, poetas, dramaturgos, romancistas e cineastas foram escolhidos para formarem um time de cronistas culturais. Eles forneciam textos inspirados em fatos do noticiário, que eram lidos por Eliakim Araújo.
Os cronistas "artísticos" do Jornal da Globo eram Arnaldo Jabor, Cacá Diegues (ambos sobre cinema), Antônio Callado (literatura), Ferreira Gullar (artes plásticas), Dias Gomes (teatro), Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) e João Ubaldo Ribeiro. Os dois últimos tinham liberdade para escrever sobre o que quisessem.
divulgação/tv globo
Fátima Bernardes e William Bonner se apaixonaram quando apresentavam o Jornal da Globo
Casais na bancada
Antes de comandarem o Jornal Nacional, William Bonner e Fátima Bernardes formaram um casal na bancada do telejornal de fim de noite. Eles se conheceram em 1989, quando começaram a apresentar juntos. Se casaram no ano seguinte e fizeram dupla no noticioso até 1992. A união chegou ao fim em 2016.
Outro casal já havia ocupado a bancada do Jornal da Globo nos anos 1980: Eliakim Araújo e Leila Cordeiro apresentaram o programa de 1986 a 1989, ano em que saíram juntos da emissora e foram para a Manchete. O casamento de Leila e Araújo durou até julho do ano passado, quando ele morreu, aos 75 anos, vítima de um câncer no pâncreas.
REPRODUÇão
Leilane Neubarth inovou com seu cabelo naturalmente cacheado e sua postura política
Ousadia de Leilane
Quando estreou como apresentadora do Jornal da Globo em 1983, Leilane Neubarth implementou algumas novidades no telejornalismo brasileiro. Primeiro, ela comandava o programa do estúdio e também fazia reportagens de rua, em tom descontraído. Em seguida, o visual dela também começou a se destacar. Além de usar óculos de modelos excêntricos, ela passou a deixar seu cabelo ao natural, sem escova ou penteados _como era o normal para mulheres âncoras até então.
A ousadia da jornalista foi além: em 1984, ela usou no ar um broche amarelo que simbolizava a campanha pelas Diretas Já. "Por ser final da Ditadura Militar [1964-1985], víamos o jornal como ideal de liberdade de expressão", ela contou ao site Memória Globo.
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