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Conexão Repórter

Em entrevista a Cabrini, 'Doutor Bumbum' se declara inocente por morte de paciente

Divulgação/SBT

Roberto Cabrini entrevistou o médico conhecido como 'Doutor Bumbum' para a edição de segunda (18) do Conexão Repórter - Divulgação/SBT

Roberto Cabrini entrevistou o médico conhecido como 'Doutor Bumbum' para a edição de segunda (18) do Conexão Repórter

REDAÇÃO

Publicado em 15/2/2019 - 11h22

Após ser liberado da prisão no último dia 30, o médico Denis Cesar Barros Furtado, conhecido como "Doutor Bumbum", deu entrevista exclusiva a Roberto Cabrini para o Conexão Repórter. Ele abre o jogo sobre o caso de Lilian Calixto, paciente que recebeu a aplicação de PMMA (polimetilmetacrilato) na clínica clandestina de Furtado e morreu horas depois. O médico tenta se eximir da culpa pela morte dela e afirma que Lilian já tinha algum problema.

No depoimento que vai ao ar na próxima segunda (18), Furtado recebe o repórter em seu apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde atendia pacientes. Ele age como se não houvesse muita diferença entre atender em casa ou em um consultório ou uma clínica equipada.

"Aqui é um espaço na minha casa que tenho para receber um paciente ou outro... Não [tinha legalização], mas é um lugar apropriado como consultório... Eu atendia aqui porque é um lugar tão apropriado e tão próprio quanto meu consultório na Barra ou de Copacabana", afirma.

Roberto Cabrini insiste no fato de Furtado não ter alvará para fazer procedimentos cirúrgicos no local, e ele rebate que não fazia isso com frequência naquele ambiente. Também afirma que não acredita que PMMA seja uma substância tão perigosa.

"O senhor tinha consciência de que o PMMA pode causar morte?", pergunta Cabrini. "Quando feito por médico capacitado, eu até hoje acredito que não", responde o entrevistado.

No caso que o levou à prisão durante seis meses, Lilian Calixto morreu horas depois de realizar um procedimento estético nos glúteos, na cobertura de Furtado, e ter complicações. Segundo laudo do IML, ela morreu de embolia pulmonar aos 46 anos. 

Furtado considera que o que levou à morte de Lilian foi um problema anterior ao procedimento que ele fez. "O ponto de partida foi uma coisa bem anterior a isso. Ela teve um infarto do miocárdio. Ela chegou a omitir alguns pontos que eu não posso falar agora. O perito, quando avaliou todos os exames dela, verificou que a causa morte dela não poderia ter sido evitada, quanto mais revertida. Se ela não tivesse infartado aqui, poderia ser no avião, dormindo em casa, academia, porque ela já tinha uma lesão. Ninguém infarta da noite para o dia", afirma.

Cabrini ainda questiona Furtado sobre a orientação da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), que recomenda uso de PMMA apenas em pequenas quantidades, informação que o médico ignora.

"Eu não sei o que a SBCP diz. Eu sei o que diz a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], que é o órgão regulador máximo, e não é a SBCP. Ela pode dizer o que ela quiser, é a opinião dela. Agora, eu vou respeitar a lei que é da Anvisa", diz.

Antes de ser preso, o "Doutor Bumbum" fugiu e ficou foragido durante quatro dias. "Eu acho que você faria o mesmo. Porque um carro comum todo apagado às 2h da manhã aqui no RJ te fecha, sai sem farda, com um fuzil. O que você vai fazer?", comenta.

Agora, a prisão dele foi trocada por medidas cautelares, como ficar em casa à noite e nos dias de folga e não sair do Rio de Janeiro. Além do caso mais repercutido, ele é réu na Justiça em mais dez ações, segundo o G1.

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