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Memória da TV

Em 1993, repórter do Aqui Agora virou refém de fugitivo da polícia

Reprodução/Acervo Pessoal

O jornalista Sergio Frias em imagem recente, durante gravação para o Balanço Geral (Record) do Rio - Reprodução/Acervo Pessoal

O jornalista Sergio Frias em imagem recente, durante gravação para o Balanço Geral (Record) do Rio

THELL DE CASTRO

Publicado em 28/6/2015 - 9h29

O telejornal policial Aqui Agora marcou época no SBT na primeira metade dos anos 1990. Em julho de 1993, exibiu imagens do suicídio de uma adolescente que chocaram o Brasil. Em abril daquele mesmo ano, o repórter Sergio Frias se tornou refém de um fugitivo da polícia e ficou na mira de uma pistola calibre 7,65 milímetros.

Frias passou uma hora e meia com um microfone na mão e um revólver apontado para sua cabeça. De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo de 25 de abril, ele cobria um assalto na zona leste de São Paulo em que uma criança de um ano havia sido feita refém de um dos fugitivos, baleado pela polícia. De repente, trocou de lugar com a criança, que ficou 40 minutos naquela situação.

Na ocasião, a edição inteira do telejornal foi dedicada ao assunto e rendeu grande audiência para o canal de Silvio Santos. Enquanto a novela O Mapa da Mina, da Globo, marcava 32 pontos, o SBT atingiu picos de 28. Na tela, em letras garrafais, um letreiro anunciava: "Equipe do Aqui Agora salva bebê e vira refém".

Em entrevista à Folha, Frias contou que não se ofereceu, mas que a troca foi um pedido do fugitivo. "A polícia e o pai da criança pediram para eu negociar com o assaltante. Quando me aproximei, a criança chorava, me olhava, estendia a mãozinha. O cara era fugitivo, estava com três tiros no corpo. Não ia confiar na polícia. Ele propôs liberar a criança, mas eu tinha que ficar", disse.

Frias também destacou que teve medo de morrer: "No início, pensei. Depois tive três picos de tensão. Primeiro, quando um policial se aproximou. Em outro momento, o assaltante achou que eu era polícia. Tive que mandar buscar meu crachá no carro. Depois, quase no fim, começou o barulho dos helicópteros da polícia, que cria muita tensão. Foi um momento de desespero".

A mesma reportagem discutiu os limites éticos do jornalismo. Mas Frias disse que não teve escolha. "Acho que o repórter não tem que virar notícia. Continuei sendo repórter, mas era também refém, negociador, pai. As circunstâncias me levaram àquilo. Não vi opção. Qualquer ser humano na minha situação faria o mesmo. Ali não tinha profissão", justificou.

Depois de ficar na mira do bandido, Frias viu a situação terminar sem maiores desdobramentos. A sogra do fugitivo chegou e ele se rendeu. O ladrão foi levado para o Hospital Santa Marcelina. A criança e o repórter nada sofreram.


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