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Memória da TV

Em 1986, Cambalacho deu mais audiência do que a novela das oito

Bazilio Calazans/TV Globo

Regina Casé em Cambalacho, novela em que interpretou a hilária Tina Pepper, inspirada em Tina Turner - Bazilio Calazans/TV Globo

Regina Casé em Cambalacho, novela em que interpretou a hilária Tina Pepper, inspirada em Tina Turner

THELL DE CASTRO

Publicado em 30/8/2015 - 6h51

"Se disserem que tem novela de sucesso fora da Globo, é cambalacho". Com esse trocadilho, a Globo comemorava em anúncios nos jornais, em 1986, o sucesso de Cambalacho, novela de Silvio de Abreu em cartaz no canal Viva desde a semana passada. A trama é uma das novelas das sete mais vistas da história da emissora. Quase 30 anos antes de I Love Paraisópolis "humilhar" Babilônia, Cambalacho foi a primeira produção das 19h a bater uma trama das 20h. Tinha mais ibope do que Selva de Pedra (1986).

A novela estreou no dia 10 de março de 1986, no lugar de da também bem-sucedida Ti Ti Ti. Centrada nos trambiques de Naná (Fernanda Montenegro) e Jejê (Gianfrancesco Guarnieri) e com elenco de peso (Natália do Vale, Susana Vieira, Cláudio Marzo e Mário Lago), logo caiu nas graças do público e alcançou excelentes resultados.

Em anúncio publicado no jornal O Globo de 15 de junho daquele ano, a Globo destacava que suas novelas e minisséries eram as mais vistas do Brasil. No Rio de Janeiro, no mês de maio, Cambalacho liderou com 91,1% de participação sobre o total de aparelhos ligados, enquanto o remake de Selva de Pedra, que ocupava o horário das oito, ficava com 83,9%. A novela das seis, Sinhá Moça, tinha 83,5%.

Já em São Paulo, no mesmo período, Cambalacho alcançava 84,4% de share, enquanto Selva de Pedra ficava com 81,3% e Sinhá Moça tinha 74,9%.

Clima

Cambalacho deixou boa impressão na crítica logo em seus primeiros capítulos. Em sua coluna no jornal O Globo de 16 de março de 1986, Artur da Távola destacou que Silvio de Abreu começava a caracterizar um estilo próprio de telenovela das sete.

"Existe um clima Silvio de Abreu. A estrutura desta novela é exatamente a mesma das anteriores. (...) Abreu já incendiou o vídeo com as peripécias gozadíssimas de seus personagens que já entram em cena aquecidos e (seu grande mérito) de imediato definidos. Fernanda Montenegro aos tapas com Consuelo Leandro foi sensacional. Outra curiosidade é ver o amargo e denso Cláudio Marzo, ator introvertido intenso, a fazer comédia. Deve dar certo pelo contraste", definiu.

"Diferentemente de Selva de Pedra, Cambalacho, pode-se dizer que foi uma estreia sensacional. Silvio de Abreu descobriu a fórmula", completou Távola.

Além da destacada atuação de Fernanda Montenegro, Cambalacho ficou marcada pela dupla formada por Tina Pepper (Regina Casé) e sua mãe, Lili Bolero (Consuelo Leandro). Impagáveis, logo nos primeiros capítulos já se tornaram as queridinhas do público. "Regina Casé já está dando os seus bailes de interpretação", elogiou Artur da Távola.

"Entre os momentos mais aguardados de Cambalacho estão as intervenções de Consuelo Leandro e Regina Casé; elas dominam, à margem de qualquer variável, a técnica de arrancar risadas através da comicidade explícita", afirmou Nelson Pujol Yamamoto na Folha de S.Paulo de 27 de março de 1986. O crítico destacou que, se acertasse pequenos detalhes, como cenas caóticas na casa de Naná e suas crianças adotadas, a trama poderia se tornar "memorável".

Cambalacho ficou no ar até 4 de outubro de 1986, dando lugar a Hipertensão.


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