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LADRÕES DE DROGAS

Wagner Moura encara dependente químico em série: 'O mais vulnerável que eu já fiz'

DIVULGAÇÃO/APPLE TV+

Wagner Moura caracterizado como Manny em Ladrões de Drogas, sentado em uma igreja com expressão preocupada

Wagner Moura como Manny em Ladrões de Drogas; ator fez papel difícil e profundo em série do Apple TV+

Depois de viver personagens como capitão Nascimento e Pablo Escobar, Wagner Moura tem um novo desafio pela frente no submundo do tráfico. Na série Ladrões de Drogas, do Apple TV+, o ator brasileiro interpreta Manny, que representa uma faceta que ele ainda não havia explorado dentro da temática. "É o personagem mais vulnerável que eu já fiz", admite ele.

Delinquente, Manny finge ser policial ao lado do amigo de infância, Ray (Bryan Tyree Henry), para roubar entorpecentes e conseguir uma grana fácil. Eles, entretanto, se dão mal quando vão roubar uma casa no campo e descobrem um grande cartel de tráfico de drogas na Filadélfia, nos Estados Unidos.

A narrativa, que a princípio é até divertida, ao longo de seus oito episódios mostra que, na verdade, há camadas muito mais profundas e gera reflexões intensas sobre o assunto. Para Moura, Manny se diferencia --e muito-- dos outros personagens que ele já fez que seguem a mesma temática.

"Ele é um canal de emoção, todas as cenas dele são pura emoção. Uma coisa que eu adoro nessa série é que você vê um cara preto e um latino envolvidos em uma questão de drogas --o que, a princípio, é um clichê social e estético, mas você vai conhecendo os personagens e vendo que eles não são nada, não são bons nisso e não querem estar naquilo", reflete o ator em entrevista ao Notícias da TV.

"Sobretudo o Manny. Ele só quer escapar daquela situação, só quer sair dali. É trágico porque ele que, para escapar desse ciclo de violência, tem que, de certa forma, escapar de Ray e da relação que eles têm. Até então, ele era a única família que o Manny tinha", acrescenta. 

Eu já fiz Escobar, que é um personagem que queria estar ali. Ou o Nascimento, que é um personagem que estava de frente naquela guerra às drogas, e o lugar dele era ali, apesar da maluquice toda. Manny não quer estar ali. Ele não quer estar nesse lugar, ele quer tudo menos aquilo, mas não consegue sair.

"É um personagem pelo qual eu tenho muito amor. Tenho muito dó dele, e me enternece muito o coração quando penso em Manny", analisa. 

Drama policial, Ladrões de Drogas explora de maneira nua e crua a vivência dos guetos norte-americanos e, com uma roupagem de entretenimento, consegue levar mensagens fortes para os telespectadores. "Eu parto do pressuposto de que tudo é político", avalia ele.

"Se você assiste a uma série que tem um homem negro e um latino envolvidos numa questão de tráfico de drogas, em que eles tentam desesperadamente sair daquela situação e não conseguem, aquilo vai gerar diferentes leituras."

"Não sei se é o objetivo principal de quem fez, o Peter Craig, mas eu parto do pressuposto de que tudo tem uma leitura. Se você pensar sobre você mesmo, já é político, eu acho", discorre Moura. 

"Eu acho que você tem que usar as ferramentas que o cinema e a TV te dão para atrair o espectador para ver uma coisa, e aí se ele sair daquilo pensando em algo é um ganho. Se ele sair com entretenimento só, também valeu, mas eu acho muito difícil isso acontecer", avalia o brasileiro, que menciona as diferentes possibilidades de identificação que a série pode proporcionar.

"Às vezes o cara tem um primo que emigrou e foi preso, mandado de volta. Ou tem uma relação familiar que não é das melhores. Essa série discute muito as diferentes formações familiares também", afirma.

"Ray é criado por uma mulher branca que não é mãe dele, Manny só tem o Ray de família. Aí ele tem a Sherry [Liz Caribel, namorada do personagem de Wagner na série], e o tempo todo eles querem proteger suas famílias", complementa ele, que aposta: "Tem tantas coisas acontecendo, alguma vai pegar".

Ladrões de Drogas estreia na próxima sexta, 14 de março, exclusivamente no Apple TV+. Assista ao trailer:


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