TED SARANDOS
Divulgação/Netflix
O presidente da Netflix, Ted Sarandos, durante apresentação da plataforma em Londres
Presidente da Netflix desde julho de 2020 e figura essencial na transformação da empresa em uma gigante no mercado audiovisual, Ted Sarandos vai sair dos bastidores e aparecer na frente das câmeras. O executivo fará sua estreia como ator na série O Estúdio, que estreia no próximo dia 26. Curiosamente, o homem de negócios virará uma arma da concorrência, já que a produção será disponibilizada pelo Apple TV+.
Criada e protagonizada pelo ator Seth Rogen, a comédia O Estúdio gira em torno de Matt Remick (Rogen), um executivo que é escolhido para capitanear o Continental Studios, que está prestes a fechar. Ele tenta salvar a empresa, mas sofre com as mudanças rápidas e inevitáveis da indústria de Hollywood.
Nesse cenário, Ted Sarandos aparecerá como ele mesmo. Ele encontra Remick nos bastidores do Globo de Ouro e ouve o protagonista desabafar sobre os vários problemas que tem enfrentado --inclusive, a concorrência com a própria Netflix e como ela tem modificado a maneira de se produzir.
O chefão da Netflix não hesitou quando recebeu o convite de Rogen. "Eu aceitei na mesma hora", contou ele em entrevista à Variety. "Seth me mandou o roteiro, eu li e achei que era muito engraçado. Eu ficava perguntando para ele: 'Isso é uma versão exagerada de mim mesmo?'", lembrou.
Como não é ator profissional --longe disso--, Sarandos admitiu que tinha uma grande preocupação na hora de gravar. "Eu estava muito consciente de que não poderia esquecer minhas falas", disse. O motivo? "Não queria atrasar o cronograma de trabalhos nem fazer a equipe desperdiçar dinheiro."
Curiosamente, o executivo alfinetou o Apple TV+ quando questionado sobre sua avaliação do concorrente no streaming. "Eu não entendo o que eles querem, além de uma ferramenta de marketing. Mas o pessoal da Apple é muito inteligente. Talvez eles vejam algo que nós não vamos."
Sarandos também minimizou a concorrência com o Prime Video, da Amazon. "Eu não sei qual é o plano a longo prazo deles. Eles estão no streaming há tanto tempo quanto a gente, começaram a fazer conteúdo original exatamente ao mesmo tempo que a gente, mas eles não nos ameaçam com séries ou filmes. O esporte está sendo eficaz", considerou.
Sobre a Disney, que já tinha tradição na produção de séries e filmes, ele mudou o discurso, mas não segurou o veneno. "Eu estava muito confortável que nos daríamos melhor do que eles. A nossa vantagem é investir na personalização. Não somos uma coisa só. Se você gosta de documentários, a Netflix tem. Se gosta de dramas, temos também. Enquanto fizermos isso, estaremos bem."
O executivo ainda apontou que a Warner Bros. Discovery errou feio ao trocar o título de sua plataforma para Max --na opinião dele, o valor da marca estava no nome HBO. "Foi uma surpresa para mim!", confessou.
"Nós sempre olhávamos o que a HBO estava fazendo, e em um momento eles tinham HBO, HBO Go, HBO Now e HBO Max. E eu disse: 'Quando eles se levarem a sério, tudo isso vai embora e sobrará só a HBO'. Eu nunca poderia imaginar que eles tiraram o HBO do nome. Colocaram todo esse esforço em algo para o consumidor, e deveria ser HBO."
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