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Terceira temporada

Série mexicana volta à HBO com trama obscura e protagonista alucinado

Divulgação/HBO

O ator Tony Dalton em cena de alucinação de Ávila, protagonista da série Sr. Ávila, da HBO - Divulgação/HBO

O ator Tony Dalton em cena de alucinação de Ávila, protagonista da série Sr. Ávila, da HBO

FERNANDA LOPES

Publicado em 24/7/2016 - 9h19

O assassino frio e profissional Roberto Ávila começa de forma muito mais vulnerável e frágil a terceira temporada de Sr. Ávila, da HBO, que estreia neste domingo (24), às 21h, simultaneamente com os Estados Unidos. A série mexicana conta a história de um homem que controla uma misteriosa empresa de assassinatos por encomenda. Nos novos episódios, Ávila não sabe como assumir o poderoso e obscuro cargo de "Senhor dos Senhores" e fica à beira da loucura: ele alucina, tem sonhos perturbadores e fala com pessoas que já matou. O ator Tony Dalton, 41 anos, afirma que a psicose não impedirá seu personagem de deixar muitas mortes pelo caminho. 

"Esta terceira temporada mostra Ávila em um cargo que ele nem sabia que existia. Então ele não sabe para onde ir, não sabe como funciona. Tem que entrar aos poucos nessa obscuridade. Pela primeira vez, ele [também] começa a demonstrar traços de uma psicose, já está imaginando seus amigos porque não tem com quem falar. Mas o que acontece é que, como Ávila é esse personagem que não segue as regras, ele suja muito as mãos. Não seria uma série de um assassino se não mato as pessoas em todos os capítulos", conta.

Depois de criarem a frase "Matar bem para viver melhor" na segunda temporada, os irmãos argentinos Marcelo e Walter Slavich, roteiristas de Sr. Ávila, dizem que o lema dos novos episódios será "Respeito não se negocia, se toma". Em dez capítulos de uma hora de duração cada, o personagem principal precisa aprender a agir como o verdadeiro "poderoso chefão" da organização. Para isso, entende que é necessário intimidar seus subordinados se quiser continuar vivo.

Quem o ajudará nessa missão é um novo personagem, Linares (Miguel Pizarro). Ao lado do fiel Iván (Carlos Aragón), ele será o "segundo braço direito" de Ávila. "Não pensamos em equilíbrio de personagens, pensamos no equilíbrio da história. Linares é o nexo entre o que Ávila foi e o que deveria ser. Ele é o único manual que existe para o protagonista, e é imprescindível, lamentavelmente", dizem os roteiristas, sugerindo que o personagem pode se voltar contra o patrão ao longo da trama.

Divulgação/HBO

O ator Tony Dalton em cena de Sr. Ávila, na qual o personagem conhece sua nova casa

Violência na HBO

Logo no primeiro episódio, Linares salva Ávila de uma tentativa de assassinato, em sequência filmada na Cidade do México. Cenas de violência sem cortes e sem "maquiagem" são muito frequentes na série. Mesmo assim, tanto o protagonista quanto os roteiristas defendem que não se trata de oferecer um banho de sangue ao telespectador.

"Ele pode pegar a pistola e matar alguém, mas é necessário mais do que isso para que o personagem seja importante. Eu busco dar a ele humanidade, e os autores também", diz Dalton. Os roteiristas, aliás, acham que a violência de Sr. Ávila é até leve se comparada à realidade mexicana.

"A violência no México é muito forte e nós não a superamos. Não queremos competir, não poderíamos. Em certo sentido, nossa violência está dirigida a um negócio [de assassinato por encomenda], não é disseminada. Criamos um mundo lógico dentro dessa loucura que é ter um negócio de morte. Vemos [Sr. Ávila] como uma comédia quando comparada à crueldade da realidade mexicana", declaram.

Filmada integralmente no México e escrita por argentinos (os mesmos responsáveis por Epitáfios, que foi ao ar de 2004 a 2009, também da HBO), Sr. Ávila estreou no Brasil em 2013. De lá para cá, o canal não tem interferido para que direção ou o roteiro da produção fiquem mais suaves para o telespectador. "Você precisa deixar que eles trabalhem com liberdade. Se começa desde o início a podar muito, é difícil chegar a uma dramaturgia consistente. O mundo é assim, não dá para esconder tudo. Acho que os assuntos [delicados] têm que ser trazidos", acredita Maria Angela de Jesus, vice-presidente de produções originais da HBO na América Latina.

Com respaldo do canal, os autores não mostram preocupação alguma com o efeito que suas cenas de tiros, facadas e corpos pegando fogo podem causar. "Nós não fazemos outra coisa a não ser escrever e criar o que gostaríamos de ver nesse momento. A única moral [que importa] é a nossa. O tema da globalização inclui o assassinato. Morrer no Brasil ou em Buenos Aires é igual. A cultura da morte está globalizada", afirmam.


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