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QUEER AS FOLK

Quase duas décadas depois, por onde anda o elenco da primeira série gay da TV?

Divulgação/Showtime

Hal Sparks (à esq.), Gale Harold e Randy Harrison em cena de Queer as Folk: série gay marcou época - Divulgação/Showtime

Hal Sparks (à esq.), Gale Harold e Randy Harrison em cena de Queer as Folk: série gay marcou época

REDAÇÃO

Publicado em 12/6/2018 - 5h21

Exibida entre 2000 e 2005, a série Queer as Folk fez história como a primeira produção gay da TV norte-americana _antes, apenas alguns personagens eram LGBTI. Chamada de Os Assumidos pela HBO brasileira, a atração colocou gays e lésbicas em posição de destaque e também promoveu cenas de sexo ousadas que abriram portas para produções como The L Word (2004-2009), Sense8 (2015-2018) e American Gods.

No elenco, gays assumidos, como Peter Paige (o afeminado Emmett) e Randy Harrison (o adolescente Justin), dividiam o estúdio (e a cama) com heterossexuais, casos de Gale Harold (o galinha Brian) e Hal Sparks (o nerd Michael).

Estreantes na TV, Harold e Harrison tiveram uma verdadeira terapia de choque no primeiro dia de gravação: os produtores já colocaram os dois atores para rodar uma cena em que Brian e Justin transam pela primeira vez, com direito até a um beijo grego (ato sexual que envolve lamber a região anal do parceiro).

"Eu tinha muitas dúvidas sobre se seria ou não capaz de interpretar Brian. Mas começar desse jeito, mergulhando com tudo, fez com que tudo se encaixasse na minha cabeça. No dia seguinte, tudo ficou bem mais fácil", lembrou Gale Harold à atual edição da revista Entertainment Weekly, que reuniu o elenco da série.

Os atores de Queer as Folk não deixaram de trabalhar, mas nunca mais repetiram o sucesso da produção. Confira por onde anda o elenco:

divulgação/showtime/scott lowell

O ator Gale Harold em foto de divulgação de Queer as Folk e nos bastidores de Adoptable

Gale Harold
Aos 31 anos, Gale Harold tinha feito apenas peças de teatro quando foi escalado para viver Brian Kinney, o publicitário de sucesso que se recusava a ter uma relação fixa em Queer as Folk e trocava de parceiro quase todas as noites.

Logo que a série acabou, Harold foi escalado para protagonizar Vanished (2006), série de suspense na qual vivia um agente do FBI escalado para investigar o sumiço misterioso da mulher de um senador norte-americano.

Depois, ele fez parte do elenco fixo de Desperate Housewives (2004-2012) por uma temporada e, na rede The CW, atuou em Hellcats (2010-2011) e The Secret Circle (2011-2012). Seu papel mais recente na TV foi em 2016, em um episódio de Adoptable, comédia criada e estrelada por Scott Lowell, o Ted de Queer as Folk.

divulgação/showtime/reprodução/usa

Randy Harrison como o Justin de Queer as Folk e em participação na premiada Mr. Robot

Randy Harrison
Apesar de interpretar um adolescente de 15 anos, Randy Harrison já tinha 23 quando Queer as Folk estreou _afinal, um menor de idade não poderia estrelar as cenas de sexo que envolviam o personagem Justin. Na reunião do elenco da Entertainment Weekly, ele contou que era um dos poucos atores da série que tinha assistido à versão britânica de Queer as Folk, produzida entre 1999 e 2000.

"Eu vi alguns episódios em VHS, e achei que ela era incrível. Mas lembro que minha primeira reação foi: 'Não tem a menor possibilidade de fazerem uma coisa assim nos Estados Unidos'". Ele estava enganado, e acabou escalado.

Depois do fim da série, Harrison passou a se dedicar ao teatro, pois sentia falta do contato com o público. Na TV, atuou apenas em dois episódios de Mr. Robot, em 2015, como o marido de Gideon (Michael Gill), CEO da empresa Allsafe.

divulgação/showtime/disney channel

Hal Sparks como o nerd Michael e na série infantojuvenil Lab Rats, do Disney Channel

Hal Sparks
Intérprete do nerd Michael, que também narrava a série, Hal Sparks era um dos atores mais experientes, com participações na série Lois & Clark: As Novas Aventuras do Superman (1993-1997) e no filme Cara, Cadê Meu Carro? (2000).

À revista EW, Sparks contou que seu agente e seu empresário até lhe entregaram o roteiro de Queer as Folk para estudar, mas deixaram claro que não queriam ver o cliente envolvido com a série. "Eles me deram aquele calhamaço de texto como se fosse algo radiativo. Eu obviamente não trabalho mais com eles", revelou.

Depois de Queer as Folk, o ator deu uma guinada na carreira e foi de uma produção repleta de sexo gay para uma série infantojuvenil da Disney. Em Lab Rats (2012-2016), ele interpretou o gênio Donald Davenport, que criou três jovens super-heróis para defender o planeta. Em 2016, Sparks ainda participou de Fuller House e, neste ano, esteve em um episódio de Grey's Anatomy.

divulgação/showtime/arquivo pessoal

Scott Lowell como o certinho Ted de Queer as Folk e, em 2016, na série Adoptable

Scott Lowell
Heterossexual, Scott Lowell precisou abrir sua mente durante as cinco temporadas de Queer as Folk. Afinal, o certinho Ted começou a produção como contador, virou dono de uma produtora de pornografia na internet e até se afundou nas drogas.

"Eu sempre disse que a série fez com que eu me tornasse um hétero melhor, de várias maneiras. Mas, principalmente, porque ela me deixou mais aberto à possibilidade de ser uma pessoa vulnerável", valorizou ele à revista.

Depois de Queer as Folk, Lowell fez participações em Heroes (2006-2010), CSI: Investigação Criminal (2000-2015) e Bones (2005-2017). Sem repetir o sucesso, ele decidiu criar a própria série e, em 2016, estreou Adoptable, uma produção na web sobre um homem que foi adotado ainda bebê e decide procurar os pais biológicos. 

divulgação/showtime/reprodução/youtube

Peter Paige na época em que viveu o afeminado Emmett e como produtor da série The Fosters

Peter Paige
Emmett Honeycutt era o representante dos gays afeminados em Queer as Folk, e Peter Paige brilhou na pele do personagem. Gay na vida real, ele já era assumido para a família quando a série estreou, em 2000. "Mas meus parentes meio que fingiam que nada tinha acontecido. Aí Queer virou um fenômeno, eu fui parar na capa de várias revistas, e eles tiveram que lidar com a verdade", disse à EW.

Com o fim da série, Paige fez pontas em Grey's Anatomy e The Closer (2005-2012), mas brilhou mesmo por trás das câmeras: ele é criador e produtor da série The Fosters, sobre um casal lésbico que adota quatro adolescentes. O drama exibiu seu último episódio em 6 de junho, mas ganhará uma série derivada no ano que vem.

divulgação/showtime

Thea Gill interpretava Lindsay em Queer as Folk; à dir., a atriz em foto de divulgação recente

Thea Gill
A atriz Thea Gill interpretou a bissexual Lindsay, melhor amiga de Brian, com quem teve um filho no primeiro episódio. Ela apareceu em cenas quentes com Melanie (Michelle Clunie), uma representação do sexo lésbico como nunca antes a TV havia mostrado. "Acho que a sexualidade e a forma honesta com que a retratávamos fez a série disparar para um outro nível", falou ela à EW.

Depois de Queer as Folk, Thea atuou em outra série voltada ao público gay: o horror trash Dante's Cove (2004-2007), no qual ela interpretava a feiticeira Diana. Depois, participou de várias produções para TV e cinema, mas nenhuma com repercussão.

divulgação/showtime/reprodução/mtv

Michelle Clunie como Melanie, na época de Queer as Folk; e em cena da série Teen Wolf

Michelle Clunie
A irritante Melanie abriu portas para que Michelle Clunie participasse de séries como House (2004-2012), Without a Trace (2002-2009) e Lie to Me (2009-2011). Depois, emplacou personagens recorrentes no drama adolescente Make It or Break It (2009-2012) e no sucesso Teen Wolf (2011-2017), da MTV.

Para dar veracidade ao único casal lésbico da série, Michelle chamou Thea nos bastidores e começou a beijar a colega de elenco. "Nós precisávamos ensaiar porque era importante que nossa química fosse real, que houvesse uma intimidade na relação entre essas duas personagens que estavam juntas há tanto tempo", disse.

reprodução/showtime/divulgação/netflix

Robert Gant era o soropositivo Ben em Queer as Folk; ele também esteve em 13 Reasons Why

Robert Gant
Gay assumido, Robert Gant entrou para o elenco de Queer as Folk na segunda temporada como o novo namorado de Michael, o professor soropositivo Ben Bruckner. O intérprete do parceiro anterior, Chris Potter (que vivia o médico David), deixou a série pois não se sentia confortável com as cenas de sexo com Sparks.

Galã, Gant nunca parou de atuar. Fez participações em séries como Friends (1994-2004), Mike & Molly (2010-2016) e Supergirl (ele é o pai biológico da heroína). Mais recentemente, esteve em 13 Reasons Why como Todd, um dos pais gays da estudante Courtney Crimsen (Michele Selene Ang). Também participou de três episódios de The Fosters, após convite do amigo Peter Paige.

Até hoje, porém, ele é lembrado por Queer as Folk. "Dois sobreviventes do atentado à Pulse [casa noturna em Orlando, em 2016] chegaram em mim e me agradeceram por eu ter feito Queer as Folk, porque tivemos uma história em que uma bomba explodia na Babylon [casa noturna frequentada pelos personagens]. Eles estavam chorando, e eu me emocionei ao ver que a série continua muito atual", disse na entrevista. 

reprodução/showtime/divulgação/bbc

Sharon Glass como a matriarca Debbie e em cena da novela britânica Holby City, da BBC

Sharon Gless
A veterana Sharon Gless já tinha ganhado dois Emmys e dois Globos de Ouro quando foi chamada para interpretar Debbie, a mãe de Michael. "Foi a primeira vez que li um roteiro e pensei: 'Eu vou me dar muito bem nesse papel'. Tanto que liguei para o chefe do canal Showtime e pedi para interpretar a personagem", lembrou ela.

Depois de Queer as Folk, Sharon foi uma das estrelas da série Burn Notice (2007-2013), que lhe rendeu outra indicação ao Emmy, a décima de sua carreira. Recentemente, participou de O Exorcista (2016-2018), da novela britânica Casualty e, neste ano, apareceu em The Gifted, adaptação para a TV dos quadrinhos dos X-Men.

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