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A Vida Secreta dos Casais

Nova aposta nacional da HBO mistura nu frontal com escândalo político

Divulgação/HBO

Bruna Lombardi em cena como Sophia, terapeuta sexual em A Vida Secreta dos Casais - Divulgação/HBO

Bruna Lombardi em cena como Sophia, terapeuta sexual em A Vida Secreta dos Casais

FERNANDA LOPES

Publicado em 1/10/2017 - 7h18

A proposta oficial da série A Vida Secreta dos Casais, que estreia na HBO neste domingo (1º), é apresentar personagens que guardam segredos e revelá-los de forma intensa. Logo no primeiro episódio, alguns deles são mostrados na intimidade: os cinco minutos iniciais são inteiros de cenas de nudez de homens e mulheres, com teor bastante sexual.

No desenvolvimento da trama, o núcleo "sexual" se envolve com o núcleo político, no qual um crime e um esquema de corrupção são investigados. Com cenas de ação e discursos filosóficos sobre o sexo e a verdade, A Vida Secreta dos Casais quer mostrar o erotismo como natural e respeitoso, e a política como obscena e suja.

A ideia da série foi desenvolvida em uma parceria do canal com a atriz e escritora Bruna Lombardi. Ela interpreta a protagonista Sophia, uma terapeuta que oferece consultas e instruções práticas em seu instituto para casais que desejam melhorar seus desempenhos na cama.

Por isso, a equipe não economizou em cenas de sexo, que não se restringem ao Instituto Tantra. As barreiras e características psicológicas dos personagens também são trabalhadas em discussões sobre problemas que eles têm na cama.

Bruna afirma que não teve censura alguma da HBO para explorar o tema da forma que quisesse _de fato, o canal já tem como sua "marca registrada" o fato de mostrar muita nudez e relações sexuais de forma crua em diversas produções, como The Deuce, Insecure e Game of Thrones.

Para o diretor (e filho de Bruna) Kim Riccelli, o sexo é parte fundamental da série e deve ser encarado como algo natural pelo telespectador.

"A ideia é tratá-lo com a reverência e o respeito que ele merece, e ao mesmo tempo com todas as dificuldades e desafios que as pessoas passam com suas escolhas e identidades sexuais. Se houver resistência, faz parte. A gente está aqui exatamente pra trazer [o assunto] cada vez mais à tona, para ser conversado. [Vamos] Colocar isso através de uma lente que talvez traga uma compreensão maior, diminua preconceitos. A ideia não é brigar ou ofender ninguém, pelo contrário", diz.

divulgação/HBO

Alejandro Claveaux vive um jornalista que investiga o escândalo político de corrupção da série

Série em camadas
Ainda assim, Kim e Bruna não descartam que alguns telespectadores se sintam pessoalmente ofendidos. A atriz diz que escreveu todos os episódios antes dos escândalos da Operação Lava Jato começarem a ser divulgados, mas reconhece que a trama política da série tem suas semelhanças com a realidade brasileira.

"Tive que falar para uma pessoa, que não vou dizer quem é: 'Não me inspirei no seu marido'. Todo mundo vai achar que estávamos escrevendo em cima dos acontecimentos, mas na verdade a vida também imita a arte. Várias coisas que estão na série ainda não tinham acontecido", conta.

Um dos pacientes de Sophia confia a ela provas de um esquema de corrupção que envolve um banqueiro influente, sua família e vários parlamentares. Um novo crime relacionado ao caso desperta a atenção da polícia e da imprensa, e o Instituto Tantra também entra no alvo das investigações.

"A série trabalha com três camadas: a do tantra, que é essa energia sexual buscando um autoconhecimento; a do crime e da investigação, com o mercado financeiro, os políticos, a corrupção; e o jornalismo, especialmente o digital, porque é a última possibilidade de denúncia, que ninguém pode calar", explica Bruna.

Com os 12 episódios (de cerca de uma hora cada) da série, Bruna e Roberto Rios, vice-presidente de produções originais da HBO na América Latina, esperam provocar a sexualidade do telespectador e cutucar o mau-caratismo da política e do mercado financeiro no Brasil.

"Contar essa história é muito importante. Queremos sempre entreter e trazer várias perguntas, sem ficar uma coisa monotemática ou de dedo em riste", afirma o executivo.

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