No terreno da teledramaturgia, 2013 começou e terminou morno, sem nenhuma produção que tenha empolgado o público de fato. Foi um ano marcado por produções irregulares. Confusa e pouco folhetinesca, Além do Horizonte (Globo) caminha para ser um mico histórico às 19h. Até mesmo Lado a Lado, que rendeu o Emmy Internacional à Globo, apresentou uma trama por vezes arrastada.
Mas nem tudo foi mal. A direção de Mauro Mendonça Filho as atuações de Mateus Solano e Antonio Fagundes salvaram Amor à Vida de um vexame.
A seguir, um os pontos positivos e negativos das novelas e minisséries das três principais emissoras brasileiras: Globo, Record e SBT. São 26 verbetes, um positivo e um negativo para cada novela, no formato de álbum fotográfico.
Crítica ilustrada das novelas em 2013
AMOR À VIDA - FOI BEM: A direção de Mauro Mendonça Filho é um atrativo visual a uma história torta. Atuações como as de Mateus Solano e Antonio Fagundes seguram a atenção do telespectador e salvam a novela de um vexame (Foto: Estevam Avellar/TV Globo) AMOR À VIDA - FOI MAL: O texto infantiloide de Walcyr Carrasco em Amor à Vida não combina nem um pouco com o melodrama de uma trama do horário. Histórias repetitivas cansam o público e em nada contribuem para o andamento da novela (Foto: João Miguel Jr.) SALVE JORGE - FOI BEM: Giovanna Antonelli (Helô) roubou a cena da protagonista e se tornou a queridinha do público. Totia Meirelles (Wanda) deixou a vilã de Claudia Raia (Livia) de escanteio (Foto: Frederico Rozário/TV Globo) SALVE JORGE - FOI MAL: O roteiro policial de Salve Jorge, marcado por furos e erros de continuidade da direção de Marcos Schechtman, a ponto de culminar no fim da parceria com Gloria Perez, provocaram risos e irritação (Foto: Divulgação/TV Globo) SARAMANDAIA - FOI BEM: O texto inspirado de Ricardo Linhares em nada ficou devendo para a Saramandaia de Dias Gomes. A direção deu um colorido à história, marcada pelo realismo fantástico. Vera Holtz foi destaque como Dona Redonda (Foto: João Miguel Jr) SARAMANDAIA - FOI MAL: O horário de exibição de Saramandaia afugentou o público e prejudicou a novela. Não fosse isso, a novela teria tido um desempenho bem melhor no Ibope (Foto: João Cotta/TV Globo) FOI BEM: O texto de Lado a Lado pontuou momentos da história recente do Brasil sem parecer arcaico nem didático. Patricia Pillar (Baronesa Constância) monopolizou atenções. Produção de arte e direção foram caprichadas (Foto: João Miguel Júnior/TV Globo) LADO A LADO - FOI MAL: A história de Lado a Lado não empolgou o público, embora tenha feito sucesso entre a crítica e levado o Emmy Internacional de Melhor Telenovela. Por vezes, a trama pareceu arrastada, sem acontecimentos relevantes (Foto: João Cotta/T FLOR DO CARIBE - FOI BEM: Cumpriu sua missão de elevar os índices do horário. As belas paisagens de Natal (RN) captadas pelas lentes de Jayme Monjardim merecem elogios. No elenco, destaque para Sergio Mamberti (Foto: Divulgação/TV Globo) FLOR DO CARIBE - FOI MAL: A escalação de Igor Rickli (Alberto). Embora o ator tenha melhorado muito ao longo de Flor do Caribe, faltou uma melhor preparação antes de entregá-lo um papel de destaque (Foto: João Miguel Júnior/TV Globo) JOIA RARA - FOI BEM: Tem elenco digno de novela das nove. As autoras Duca Rachid e Thelma Guedes souberam aproveitar o contexto histórico em que a história se passa (1940) para desenvolver tramas folhetinescas (Foto: João Miguel Júnior/TV Globo) JOIA RARA - FOI MAL: Por causa do budismo que serve de pano de fundo à história de Joia Rara, o didatismo do texto emperra o andar da trama. A iluminação um tanto soturna causa certo estranhamento no público (Foto: Divulgação/TV Globo) GUERRA DOS SEXOS - FOI BEM: O elenco estrelar de Guerra dos Sexos contou com Tony Ramos, Gloria Pires e Irene Ravache, que deram show interpretando tipos cômicos. Cenografia caprichada e recursos técnicos também se destacaram (Foto: Divulgação/TV Globo) GUERRA DOS SEXOS - FOI MAL: O que sobrou na primeira versão de Guerra dos Sexos, de 1983, faltou aqui: a graça anárquica do texto de Silvio de Abreu. Direção convencional para uma novela que, há 30 anos, quebrou padrões (Foto: Divulgação/TV Globo) SANGUE BOM - FOI BEM: O texto sagaz e inteligente de Sangue Bom fez uma crítica mordaz à cultura midiática e cumpriu o papel de uma trama das sete: divertir. Os seis jovens protagonistas despontam como promessas (Foto: Ellen Soares/TV Globo) SANGUE BOM - FOI MAL: O excesso de personagens comprometeu o bom andamento da história de Sangue Bom. Bons atores, como Malu Mader e Felipe Camargo, pareceram deslocados e, sem dúvida, poderiam ter rendido melhores momentos (Foto: Divulgação/TV Globo) ALÉM DO HORIZONTE - FOI BEM: A Globo apostou em temática diferente (a do mistério) para um horário acostumado a comédias românticas e investiu em novas caras, ainda que falte a boa parte do elenco jovem um melhor preparo (Foto: Divulgação) ALÉM DO HORIZONTE - FOI MAL: Além do Horizonte caminha para ser o mico na história das novelas do horário. Confusa e pouco folhetinesca, funcionaria melhor como série. Elenco jovem sofre para encontrar o tom de seus personagens (Foto: Divulgação/TV Globo) DONA XEPA - FOI BEM: O humor leve garantiu bons momentos à história de Dona Xepa. O autor Gustavo Reiz conseguiu se distanciar de versões anteriores da trama, assim como Angela Leal, a protagonista Xepa (Foto: Munir Chatack/TV Record) DONA XEPA - FOI MAL: De tão leve, a história de Dona Xepa não poderia ter sido exibida no horário que foi, depois das 22h, mais um erro de estratégia que comprometeu os índices da novela (Foto: Munir Chatack/TV Record) PECADO MORTAL - FOI BEM: O texto inteligente e irônico, repleto de piadas nas entrelinhas, faz de Pecado Mortal a melhor novela em exibição no momento. Direção segura e ágil, em especial nas cenas de ação da novela, elenco bem escalado (Foto: Divulgação) PECADO MORTAL - FOI MAL: O prolongamento dos blocos e o descuido na divulgação prejudicam Pecado Mortal. Está mais do que na hora de a Record começar a vender melhor seu peixe em outros produtos da casa (Foto: Munir Chatack/TV Record) JOSÉ DO EGITO - FOI BEM: A Record consolidou seu filão e se tornou mais experiente na adaptação de textos bíblicos, com produções mais sofisticadas _ e mais caras também. A direção de José Avancini deu ao público lindas imagens (Foto: Divulgação) JOSÉ DO EGITO - FOI MAL: O texto das minisséries bíblicas da Record padece de alguns didatismos, embora tenha sido bem menor dessa vez. A caracterização dos atores e a cenografia também melhoraram, mas ainda derrapam (Foto: Michel Angelo/TV Record) SBT - FOI BEM: A emissora encontrou na lacuna de produções infantojuvenis uma verdadeira arca de ouro. Íris Abravanel teve a sensibilidade de adaptar os temas para a atualidade, trazendo à cena tópicos como obesidade infantil e bullying (Foto: Lourival Ri SBT - FOI MAL: As crianças de Carrossel e Chiquititas parecem estar sempre num jogral ensaiado, o que tira uma das principais características desse público: a espontaneidade. É preciso diversificar os produtos (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)