Audiência + Crítica
Divulgação/Record
Maytê Piragibe em cena do primeiro bloco de Pecado Mortal, ambientado em 1941
DANIEL CASTRO
Publicado em 25/9/2013 - 23h42
Atualizado em 26/9/2013 - 11h05
[Texto atualizado às 11h05, com audiência consolidada]
Pecado Mortal, a nova novela da Record, estreou nesta quarta (25) marcando 10,9 pontos na Grande São Paulo, segundo dados consolidados do Ibope.
Foi a melhor estreia da Record desde Máscaras, que também registrou 11 pontos no primeiro capítulo, em abril de 2012, mas depois desabou, contaminando Balacobaco e Dona Xepa _ou mais ou menos um ano de teledramaturgia da rede.
Dona Xepa, a antecessora de Pecado Mortal, registrou 9 pontos na estreia. Nas últimas semanas, 11 pontos foi sua melhor marca, também em quarta-feira.
No horário de Pecado Mortal, a Globo (Corinthians x Grêmio) teve 20 pontos, o SBT, 7 e a Band, 4.
No Rio, segundo dados preliminares, a novela da Record cravou 12 pontos.
Crítica
A primeira novela de Carlos Lombardi na Record começou parecendo telefilme de gângster, em ação ambientada nos anos 1940, com uma produção de arte caprichada. Na sequência, uma traição, um assassinato e um acontecimento (o sequestro de bebês) com consequências mais de 30 anos depois.
Corta-se então para 1977, e o filme de gângster vira novela. Novela de Carlos Lombardi, com os clássicos "descamisados", agora em versão hippie-peludos-cabeludos.
Como novela, a narrativa entra a serviço do didatismo. Entre uma ação e outra, todas limitadas por cortes orçamentários, os núcleos vão se apresentando.
Vai clareando para o telespectador de que se trata de uma história sobre bicheiros, que há uma luta entre duas famílias de contraventores, que há muitos policiais, que há uma promotora atuante e bonita combatendo o jogo do bicho, que há uma stripper misteriosa em Copacabana.
Mas a gênese de todos os conflitos é o de duas mulheres: Donana (Maytê Piragibe/Jussara Freire) e Stella (Betty Lago), a mãe biológica dos filhos de Michelle (Luiz Guilherme) que a primeira, uma legítima gângster, roubou e criou.
No primeiro capítulo, brilhou a direção de arte _figurinos impecáveis, cenários, carros e ônibus de época. Com a ajuda da trilha sonora, um teletransporte para os anos 1940 e 1970.
Não só pelos números do Ibope, que repetem as últimas melhores estreias da Record, o conteúdo de Pecado Mortal também indica para uma recuperação da Record na teledramaturgia. Há um conteúdo mais denso e adequado para o horário.
Por mais que capriche, contudo, ainda falta alguma coisa para as novelas da emissora atingirem o nível das da Globo. Mas Pecado Mortal merece a sua atenção.
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