Castigo?
ALEX CARVALHO/TV GLOBO
Cena de Amor à Vida, da Globo, em que Glauce (Leona Cavalli) tenta seduzir Félix (Mateus Solano)
MÁRCIA PEREIRA
Publicado em 29/11/2013 - 15h05
Atualizado em 1/12/2013 - 7h00
Leona Cavalli se despede da ambígua doutora Glauce de Amor à Vida, da Globo, nos próximos dias. A personagem morrerá em um acidente de carro, que deixará o público em dúvida se foi uma fatalidade ou proposital.
A atriz ainda não gravou seu desfecho nem as cenas em que é desmascarada e assume a responsabilidade pela morte da mulher de Bruno (Malvino Salvador), Luana (Gabriela Duarte), e do filho do casal. Essa sequência está prevista para começar a ser exibida no dia 16 de dezembro.
“Não sei qual o tom que o diretor vai dar, mas vai ficar uma dúvida no ar, se o acidente com a Glauce foi de propósito ou não”, adianta Leona.
Para atriz, o desfecho da doutora vai de encontro com a sua trajetória na trama. “Sempre houve a probabilidade de ela ter um fim trágico. Isso estava previsto para acontecer na reta final, mas, como tiveram algumas mudanças, vai acontecer agora”, diz Leona.
A alteração a que ela se refere é o adiamento do fim da trama, que a princípio terminaria no dia 10 de janeiro. A novela ficará no ar até o dia 31.
A personalidade da ginecologista e obstetra foi moldada ao longo da trama pelo autor Walcyr Carrasco, mas sua ambiguidade sempre esteve presente. Em alguns momentos, Glauce chegou a ser esquecida em Amor à Vida, mas, desde que firmou uma parceria com o vilão Félix (Mateus Solano), ficou claro que seu caráter não era dos melhores.
“Ela pegou vários caminhos, que deixaram um rastro de que a personagem tinha um segredo obscuro”, observa a atriz.
Desde o começo da novela, Glauce mostrou que era capaz de fazer qualquer coisa pelo amor que sente por Bruno (Malvino Salvador). “Não era claro que ela foi capaz de matar a mulher dele, mas ficou claro, sim, que ela era capaz de fazer qualquer coisa mesmo por essa paixão não correspondida”, diz.
O telespectador só deve entender de fato o que se passa na mente da perversa na cena em que ela confessar a Bruno tudo o que fez. “Ao ler o texto escrito pelo Walcyr, sei que essa cena se trata de um encontro com a verdade.”
Diferentemente de Félix, que conseguiu algumas vezes sapatear na cara de seus inimigos, Glauce nunca conquistou o que queria. A energia dela sempre foi nebulosa, carregada de inveja. “A matéria prima de um ator é saber mexer com tudo isso sem se contaminar. O peso da Glauce eu sempre deixei no estúdio”, comenta Leona.
Esse é o segundo trabalho da atriz em um folhetim do autor Walcyr Carrasco. O primeiro foi Gabriela, no ano passado, quando ela fez sua primeira vilã, Zarolha. “Ele me deu personagens marcantes e muito intensas, ambas com personalidades inconstantes.”
Próximos passos
Com sua saída de Amor à Vida, Leona Cavalli vai se dedicar ao teatro. Ela integra o elenco da peça E Aí, Comeu?, de Marcelo Rubens Paiva, que entrou em cartaz sexta-feira (29) no Teatro dos Grandes Atores, no Rio de Janeiro.
Na montagem, ela interpreta sete mulheres diferentes, indo de uma dona de casa até uma garota de programa. Estão com Leona no elenco os atores Marcos Pasquim, Mouhamed Harfouch e Renato Rabelo.
Em março, a atriz viaja para o Egito e Grécia, onde apresenta o monólogo Máscaras de Penas Penadas, de Ana Vitória Vieira Monteiro. Em seguida, ela assume o papel de escritora.
Leona vai preparar um segundo livro sobre os desafios da profissão de ator a partir da sua experiência. A primeira obra, Caminho das Pedras - Reflexões de uma Atriz, foi lançada em 2009. E qual é o principal desafio de ser atriz? “É se desdobrar em inúmeros personagens e manter sua privacidade. É saber lidar com os vários lados do que fazemos na vida e em cena”, conclui Leona.
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