Kelvin em Terra e Paixão, ator conquista até idosas com romance gay: 'Jamais imaginei'

Intérprete de Kelvin em Terra e Paixão, Diego Martins se surpreendeu com a torcida do público para que o garçom fique com Ramiro (Amaury Lorenzo) na novela das nove da Globo. O ator admitiu que tinha medo de o conservadorismo atrapalhar a trama dos dois. "Eu jamais imaginei que senhoras mais velhas teriam um carinho tão grande pelo Kelvin", afirmou o artista.

A história escrita por Walcyr Carrasco marca a estreia de Martins nos folhetins. "Quando a gente começa a estudar um personagem, vem uma ansiedade muito grande para saber como ele será recebido. E o Kelvin é engraçado e divertido, mas também faz coisas erradas, é ruinzinho de vez em quando. Então, eu fiquei com uma expectativa enorme. Mas, desde a estreia, o retorno tem sido amplamente positivo", contou ele.

A amizade de Kelvin e Ramiro chama a atenção na novela e atiça o público, que espera que um romance surja em breve. "Eu jamais imaginei que senhoras mais velhas teriam um carinho tão grande pelo Kelvin. Elas param e me perguntam se eu vou pegar o peão (risos)", afirma o ator de 26 anos em entrevista à coluna de Anna Luiza Santiago, do jornal O Globo.

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A torcida para que ele fique com o Ramiro, aliás, é enorme entre pessoas de todas as idades. Isso foi algo que me surpreendeu demais, principalmente pela questão do conservadorismo, que ainda é muito forte no nosso país. E até mesmo as críticas que eu recebo sobre o personagem nunca estão relacionadas à sexualidade dele, mas a coisas como o caráter, por exemplo. Isso me deixa feliz.

Martins também detalhou a relação com Amaury Lorenzo, com quem aparece em vários registros divertidos nas redes sociais: "Ele sofre na minha mão porque eu amo fazer vídeos de surpresa com ele para postar nas redes. Ele me suporta, me aguenta (risos). Nos damos muito bem dentro e fora de cena".

Solteiro, o ator contou que tem recebido muitas cantadas desde que estreou no folhetim. "Recebo cantadas não só de homens, mas de mulheres. Muitas me pedem uma chance. Quando eu abro caixinhas de perguntas, elas me questionam se eu tenho certeza de que não sou bi", soltou ele.

O apoio da família foi fundamental para que o rapaz seguisse com a carreira artística. "Eu cresci numa casa onde sempre houve muita arte e cultura. Meu pai e minha mãe foram grandes motivadores, não só na questão da minha vocação, mas também com relação à minha sexualidade. Eu nunca precisei assumir em casa que sou gay. Eles já sabiam. Sempre foi algo muito leve."

No entanto, ele sofreu com o preconceito fora de casa: "Como toda pessoa LGBTQIAP+ do Brasil, já vivi situações de homofobia, como olhares e comentários maldosos. Já passei por relações confusas quando era mais novo também. Um ex-namorado meu, por exemplo, foi homofóbico comigo. Acho que ele não se entendia direito e acabou colocando as perspectivas frustradas sobre ele mesmo em cima de mim".

"Quando eu participei do X Factor Brasil [reality da TNT], fui como drag queen e recebi muito ódio nas redes sociais, simplesmente por ser quem eu sou. Eu convivo com a homofobia desde muito cedo, porque eu me entendo como um homem gay desde muito cedo. É algo com o qual, infelizmente, a gente acaba se acostumando a conviver. Nunca foi uma escolha minha falar ou não sobre a minha sexualidade, porque ela está na minha testa, na minha roupa, na minha política, na minha voz", arrematou.

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