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ESTREIA NO GLOBOPLAY

Guerreiros do Sol mergulha no sertão e amplia olhar sobre o poder do cangaço

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Isadora Cruz está caracterizada como Rosa na novela Guerreiros do Sol, do Globoplay

Isadora Cruz é Rosa, protagonista da novela Guerreiros do Sol, que estreia nesta quarta (11)

MÁRCIA PEREIRA, colunista

marcia@noticiadastv.com

Publicado em 11/6/2025 - 11h00

Guerreiros do Sol, folhetim que estreia nesta quarta (11) no Globoplay e no Globoplay Novelas, vai mergulhar no poder paralelo exercido no sertão nordestino, onde o amor e a violência caminham lado a lado. Criada por George Moura e Sergio Goldenberg, a trama parte do universo do cangaço para construir uma história ancorada em fatos reais, mas não biográfica.

"Não é o cangaço como ele foi, mas como poderia ter sido", resume George Moura. A trama gira em torno do casal de cangaceiros Josué e Rosa, interpretados por Thomás Aquino e Isadora Cruz, respectivamente. A protagonista narra a história, imprimindo um olhar feminino e lúcido sobre a barbárie e as contradições de um Brasil do passado que ecoa até hoje.

A novela é ambientada nas décadas de 1920 e 1930. "É uma história de amor em meio a uma guerra. A guerra das contradições do Brasil", define Moura.

De acordo com o autor, Guerreiros do Sol não romantiza nem demoniza os personagens. "Nosso cangaceiro não é herói nem bandido. Ele é um homem tentando sobreviver onde a lei do papel não chega", diz.

A história evita o maniqueísmo e expõe a complexidade moral de seus protagonistas. "Queremos mostrar o que levava alguém ao cangaço, o que acontecia depois. Há um mergulho na vida nômade dos cangaceiros, nos dilemas familiares e nas relações íntimas dentro do bando", adianta Sergio Goldenberg.

Mulheres protagonistas

Um dos principais diferenciais da obra é o protagonismo feminino. Rosa, além de narradora, é também uma crítica à sociedade patriarcal da época. "Ela não passa pano para tudo que o Josué faz. Ela questiona. E isso é essencial para termos uma visão mais clara daquele tempo", pontua Goldenberg.

A novela mostra, por exemplo, como as mulheres no cangaço não eram apenas acompanhantes dos homens, mas figuras ativas, fortes e decisivas. A sororidade e a fraternidade também são pilares da novela.

Inspirada em fatos reais

Apesar de ser uma obra de ficção, Guerreiros do Sol se apoia em fatos históricos. O consultor da novela é o historiador Frederico Pernambucano de Mello, que é especialista no cangaço do Brasil e autor do livro homônimo ao título da novela.

"Ele foi nosso guia. Lemos tudo com ele. Ele dizia: 'Isso aqui aconteceu, isso é possível, isso não é'", revela Moura. A novela apresenta situações reais, como a compra de armas pelos cangaceiros com intermediários ligados ao Exército, a aliança de bandos com fazendeiros e até com a própria polícia. "Na época, não sabíamos mais quem era a lei. Era a lei do mais forte", explica Goldenberg.

Diálogo com o presente

Segundo os autores, a série pretende dialogar com o presente. "As pautas de hoje também estão na novela: desigualdade, violência, corrupção, luta por sobrevivência. O cangaço é um espelho distorcido, mas ainda muito atual”, afirma Moura.

Guerreiros do Sol estreia com a premissa de se conectar a diferentes formas de arte e memória brasileiras: da literatura de cordel ao cinema novo, do Carnaval aos cantadores. "O cangaço está no imaginário coletivo. A gente só amplia essa percepção", conclui Goldenberg.


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