DIVISOR DE ÁGUAS
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Cristina (Flávia Alessandra) em cena de Alma Gêmea; para a atriz, papel foi divisor de águas
A reprise de Alma Gêmea chega ao fim nesta sexta (6), no Vale a Pena Ver de Novo, mais uma vez como um fenômeno de audiência para a Globo. A novela, exibida originalmente em 2005, chegou a dar mais ibope do que as tramas atuais das seis e das sete. E a terrível vilã Cristina, interpretada por Flávia Alessandra, foi um dos motivos do grande sucesso da história. A atriz se orgulha de seu trabalho, defende a personagem e ressalta a enorme importância dela em sua vida.
"Essa personagem é um marco na minha vida. Um divisor. Quando me perguntam: 'Flávia, você faria de novo?', eu respondo: 'Faria o que Walcyr Carrasco quiser'. Ele me deu a Cristina, confiou em mim, numa hora em que todo mundo falava: 'Será que vai rolar ela de vilã, com essa carinha de anjo?". Ela [Cristina] tinha cara de anjo, mas era um capeta por dentro. Esse papel, essa personagem é a minha vida", declarou a atriz em participação na CCXP 24, na quinta-feira (5).
Flávia explicou que o papel chegou para ela numa época em que havia ganhado muita repercussão como mocinha de novela; ela havia sido a protagonista de O Beijo do Vampiro (2002), por exemplo.
"Eu tinha feito mocinhas de grande sucesso, e não é fácil fazer mocinha também. Num dado momento, falei: 'Chega de mocinha, preciso mostrar outras vertentes minhas'. Foi quando eu fui atrás de fazer uma vilã. Todo mundo me chamando de louca [por isso], e acabou sendo um divisor na minha carreira", ressaltou ela.
A atriz também deu muito crédito ao autor Walcyr Carrasco por criar uma vilã tão terrível quanto Cristina e à equipe de produção da novela, que trabalhou no visual da personagem: "A gente teve todo um estudo de figurino. A gente começa com tons clarinhos, vai pro vermelho, e ela se casa de roxo. Quando Walcyr me falou: 'Ela vai casar de roxo', falei que só mesmo a cabeça dele pra criar isso", divertiu-se Flávia.
A artista gosta tanto de Cristina que até a defende: ela acredita que as joias de Adelaide (Walderez de Barros) deveriam ter sido divididas entre Cristina e Luna (Liliana de Castro), e não terem sido dadas apenas à neta favorita.
"A Cristina começou [a novela] apaixonada pelo Rafael [Eduardo Moscovis], e depois tinha as joias --que tinham que ser divididas, porque ela é neta também. Mais ou menos transformaram ela nessa vilã, com essa falta de amor", argumentou.
Depois de Cristina, a atriz também procurou se reinventar na TV e interpretar uma personagem totalmente diferente do que já havia feito. Foi assim que ela chegou a Alzira, a dançarina de pole dance de Duas Caras (2007).
"Da mesma forma que eu estava fazendo só mocinha [antes de Alma Gêmea], depois que fiz a vilã que fez um sucessão, que era seca, má, falei: 'Gente, preciso fazer outra personagem que mostre exatamente outro lado. Preciso fazer mulher sensual. Foi quando veio a Alzira. Não era pra eu fazer o pole dance, mas pedi pro [diretor] Wolf Maya, prometi fazer umas aulas", contou ela.
"Foi ótimo eu ter me jogado, ter apreendido o pole dance, fez toda a diferença. O pole dance ficou conhecido, e eu fiquei conhecida como sex symbol. É muito louco como é importante fazer transições na nossa vida e carreira pra nos verem de forma diferente", refletiu a atriz.
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