DEEPFAKE
MANOELLA MELLO/TV GLOBO
Giullia Buscacio como Bruna em Travessia: personagem é vítima de deepfake por pedófilo
Em Travessia, Giullia Buscacio dá vida a Bruna Schuler, vítima de deepfake usada por um pedófilo para cometer seus abusos. Na vida real, a artista de 26 anos encarou um golpe semelhante na internet: ela teve a imagem utilizada de maneira indevida por criminosos em aplicativos de relacionamento. A atriz não tem perfil em nenhum app do tipo.
Depois de mergulhar no perigo das redes sociais com sua personagem, Giullia ficou ainda mais preocupada ao ver seu rosto aparecer na mão de bandidos virtuais. "Recebi relatos de pessoas que acharam fotos minhas em apps de relacionamentos, onde nunca entrei", conta ela ao Notícias da TV.
"É algo perigoso não só para mim, mas para aqueles que acreditam. Por isso, busco me informar e cuidar disso pra que ninguém seja prejudicado", explica. Giullia assume que tem dificuldade para encarar as cenas que envolvem abuso e pedofilia à Karina (Danielle Olímpia) na novela.
"Já passei por situações constrangedoras e acredito que, como mulher, é um medo muito vivo. O assediador está em diversos lugares e independe da minha postura. Nada justifica esse tipo de atitude. Mesmo nunca tendo passado pelo que a Karina passou, não é fácil para mim estar sendo a porta-voz de um criminoso/pedófilo", desabafa.
Sem contrato fixo com a Globo desde 2020, quando encerrou os trabalhos em Éramos Seis (2019), ela foi convidada para entrar em Travessia no momento em que a trama já estava bem avançada. A atriz não imaginava que uma participação, que até então seria curta, fosse durar tanto tempo. As gravações para a reta final têm sido muito intensas, segundo ela.
"Quando descobri que iria participar de um núcleo que abordaria uma temática tão importante, me senti prestigiada. Estou surpresa em como a história tem se desenrolado e com o retorno do público. Garanto que os próximos capítulos estão incríveis", comenta, sem dar spoilers.
Não ter contrato fixo com a Globo gera uma certa dúvida no público em relação ao meu status profissional. O mundo está em constante mudança. Em todos os sentidos, enxergo esse novo padrão de contrato por obra como um belo exemplo disso.
Velho Chico (2016) foi um divisor de águas na carreira dela. Após interpretar Olivia, Giullia foi indicada a atriz revelação no prêmio Melhores do Ano, na Globo, mas perdeu para Lucy Alves --protagonista de Travessia. A novela de Benedito Ruy Barbosa lhe deu o tão desejado reconhecimento.
"A Olívia de Velho Chico foi um grande presente na minha vida. Até hoje recebo mensagens e encontro com pessoas na rua que comentam e parabenizam o meu trabalho. Trabalhei com grandes nomes. Eu acredito que tive mais oportunidades por conta desse trabalho, que foi uma virada de chave na minha carreira", revela.
Depois de um período promissor, a pausa de quatro anos na TV em 2020 a preocupou. "Nos últimos anos, emendei uma novela atrás da outra, não tinha tido férias tão longas. Recebia muitas mensagens do público perguntando quando eu voltaria, mas sabia que seria no tempo certo", diz.
"Após o fim de Éramos Seis, fui convidada para a Dança dos Famosos, e esse projeto me acendeu uma vontade de experimentar coisas novas. Aproveitei esse período para aprimorar técnicas de atuação, fiz um intercâmbio para melhorar meu espanhol, analisei propostas e aqui estou, fazendo essa participação e pronta para novos desafios", conclui.
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