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ATUALIZAÇÃO

Antes amigas, o amor entre duas mulheres avança em Vale Tudo: 'Não se assumiam'

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Lorena Lima e Maeve Jinkings interpretam Laís e Cecília no remake de Vale Tudo, da Globo

Lorena Lima e Maeve Jinkings interpretam Laís e Cecília no remake de Vale Tudo, da Globo

MÁRCIA PEREIRA, colunista

marcia@noticiadastv.com

Publicado em 26/2/2025 - 11h00

Maeve Jinkings e Lorena Lima interpretam um casal no remake de Vale Tudo, mas a abordagem será bem diferente da primeira versão em 1988. Na época, Cecília (Lala Deheinzelin) e Laís (Cristina Prochaska) se tratavam como amigas.  Agora, o amor delas será vivido na plenitude. "Elas não se assumiam", lembra a autora Manuela Dias.

"Já existia um esforço de representatividade que dialogava com o que a sociedade conseguia absorver naquele momento. E é uma satisfação ver que a gente andou um pouco", conta a novelista sobre o processo de atualização da história.

Para as atrizes que vão viver o casal lésbico na nova versão, é importante incluir a história de Laís e Cecília na abas de avanços da sociedade.

"Já existe um registro sobre casais homoafetivos na teledramaturgia brasileira. Então, como é que a gente faz para mostrar suas histórias e dar visibilidade a elas? Acho que isso é um ponto que a gente está tendo muito zelo, muito cuidado também", diz Lorena Lima, que interpreta Laís.

Para Maeve, o amor é uma coisa que sobrevive no tempo e é tão antiga quanto a própria história da humanidade.

"Acho que obras audiovisuais são um retrato. Você tira um retrato da alma de um país em um determinado momento, e não só o que a gente faz, mas como ele chega ao público e o atrito que cria também fazem parte", começa a opinar a nova intérprete de Cecília, que continua:

Mudamos muito. Ali [em 1988], a gente tinha saído recentemente da ditadura [militar, 1964-1985], ainda passando, inclusive, por censura. É uma novela que é marcada por isso, com um país desejando falar de si. A partir das personagens, o amor entre duas mulheres não só é um traço que permanece, mas agora a gente vai falar para um outro país, que muda, mas que também se agarra em muitas coisas e resiste às mudanças.

A artista lembra que muitos preconceitos permanecem. "A gente tem essa sensação de que caminhamos tão pouco, a gente fica querendo voltar nesse obscurantismo. No entanto, nós caminhamos."

Ela exemplifica seu pensamento sobre a atualização da saga com um argumento que foi usado nos bastidores pelo diretor artístico Paulo Silvestrini. Eles debateram sobre uma entrevista da década de 1980 que tinha trazia uma declaração assim:

'Você acha que homossexuais têm que morrer? Acho que sim. Acho que merecem morrer'... Hoje em dia, isso já não é aceitável. Existe no mínimo um constrangimento, ou seja, caminhamos, sim.

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