Afastada da própria fé, atriz leva chacoalhão com Reis: 'Assim como Davi'

O papel em Reis chegou para Emily Matte em um daqueles momentos em que a atriz se viu mais afastada da própria fé. A artista, que cresceu em uma família luterana, disse que passou por um "chacoalhão" ao interpretar a Keren. Ela sentiu que Deus a olhou com amor, humildade e fidelidade assim como fez com Davi --interpretado por Petrônio Gontijo no folhetim da Record.

"Sempre tive uma conexão muito forte com Deus, de melhor amigo. Aquele que conversa, me escuta, me dá luz em momentos difíceis e para quem entrego todos os meus medos, anseios e felicidades. E sempre senti essa prensa muito forte dentro de mim", explica a artista em entrevista ao Notícias da TV.

"Mas estaria mentindo se dissesse que jamais me afastei de certa forma, contestei ou ignorei. Às vezes, o mais importante passa despercebido em nossa rotina e colocamos outras prioridades à frente do que mais vale e sinto que estava em uma fase assim", acrescenta.

ENTÃO ERA ISSO

Em Garota do Momento, Alfredo e Eugênia descobrem que Guto é gay

DOR NO CORAÇÃO

Volta por Cima: Jão vive noite do terror e flagra momento íntimo de Madá e Matias

Emily avalia que Reis lhe deu a oportunidade não só de chegar à TV aberta, mas de se reconectar com o sagrado:

A Keren chegou para me chacoalhar e me mostrar onde de fato devo depositar minhas expectativas, como a minha fé precisa ser fortificada e alimentada. Colocar meus olhos sobre a palavra, construir uma narrativa que reflita e mostre essa fé inabalável. Reavivou o que estava um pouco escondido.

Profissão de fé

Emily pode até ser um nome incomum para o público brasileiro, mas é muito popular em países de língua inglesa. A mãe da atriz se inspirou em mulheres fortes --como a escritora britânica Emily Brontë (1818-1848) e a poetisa americana Emily Dickinson (1830-1886)-- para traçar um destino glorioso para a própria filha.

"E aqui entra a melhor parte da história: com 15 anos, minha mãe escreveu um livro sobre uma bailarina forte, batalhadora, altruísta e que não desistia de seus sonhos. O nome era Emily Johnson. De certa forma visualizou um pouco do que eu seria. Meu pai queria a versão brasileira, mas ela venceu –e brindaram o nome à luz de velas", detalha.

O balé se tornou uma ferramenta fundamental para a artista contar histórias que vão além das pontas do seus pés:

O entendimento sobre o corpo é algo que tenho como bailarina e me auxilia muito em cena porque de fato trabalho para sentir cada vocábulo dito no texto a partir de meu corpo. Eu primeiro sinto, depois falo e procedo. E para Keren essa compreensão foi fundamental, já que tenho cenas fortes e inclusive algumas sem texto dito.