Aborto legal entra em Vai na Fé: Lumiar briga por vítima de estupro presa

Depois de desviar das críticas conservadoras ao vetar três vezes cenas de beijo lésbico, Vai na Fé tocará em um assunto espinhoso: o aborto legal. Lumiar (Carolina Dieckmann) vai defender uma mulher presa por interromper uma gravidez após ser vítima de estupro e fará um discurso forte diante do juiz.

Em cena prevista para ir ao ar nesta sexta (2), a advogada irá até a prisão ouvir a mulher a pedido de uma aluna da faculdade, Bia (Flora Camolese). "Quando descobri que tava grávida depois do estupro, eu entrei em desespero. Eu sabia que tinha direito ao aborto legal e juro que tentei. Tive que repetir a minha história mais de dez vezes e cada vez era pior. Parecia que tavam duvidando de mim", relatará Talita (o nome da atriz não foi divulgado).

No depoimento da personagem, a autora Rosane Svartman vai expor problemas graves que impedem o direito ao aborto legal de vítimas de abuso. A garota explicará que enfrentou resistência de médicos para realizar o procedimento e que acabou tomando uma medicação abortiva sem acompanhamento, o que por pouco não custou sua vida.

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"A hemorragia era muito forte, eu perdi as forças. Não sei nem como consegui ir pro hospital. Cheguei na recepção e desmaiei", contará. "Você podia ter morrido", lamentará Lumiar.

O discurso da advogada será mostrada em cenas seguintes, na audiência de custódia. Os alunos de Direito do Icaes irão acompanhar tudo:

O que aconteceu com a minha cliente Talita de Andrade é inadmissível. Uma mulher tem o direito legal de interromper uma gravidez depois de um estupro. Manter minha cliente presa por um crime que sequer prevê uma pena de reclusão é abuso de autoridade. Uma jovem brilhante. Uma aluna exemplar. Uma amiga leal. Uma filha amada. Uma mulher que quase teve sua vida interrompida porque o sistema de saúde e o sistema penal falharam com ela. Eu não peço que concordem com a atitude da Talita. Apenas que se faça cumprir a lei.

O juiz ficará convencido com os argumentos da personagem de Carolina Dieckmann e decidirá libertar Talita. "Com razão a defesa. De fato há evidências da violência psicológica sofrida pela acusada Talita de Andrade.  Razão pela qual concedo liberdade provisória para que ela responda ao
processo em liberdade", determinará.

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