CRÍTICA
Divulgação/Sony Pictures
Tom Hardy diverte tanto como Eddie Brock quanto na pele de Venom no terceiro filme da franquia
Em meio à fadiga de super-heróis que dominou as plateias nos últimos anos, Venom: A Última Rodada chega aos cinemas nesta quinta-feira (24) com certo frescor. O fim da trilogia estrelada por Tom Hardy não é uma obra-prima (longe disso!), mas acerta em cheio ao não se levar a sério como as produções "oficiais" do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel). O anti-herói sabe qual é o seu lugar na hierarquia dos superpoderosos e não tenta ir além disso.
Não que a ameaça do terceiro filme seja pequena: o vilão da vez, Knull (voz e captura de movimentos de Andy Serkis), deseja destruir o planeta --e, por que não, todo o multiverso. Mas nem esse perigo monumental passa a impressão de que uma guerra interestelar vem aí no apogeu da narrativa.
O longa começa na cena pós-créditos de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (2021), com Eddie Brock (Tom Hardy) em um bar no México depois de uma viagem pelo Multiverso. Ele é acusado pelo assassinato do detetive Mulligan (Stephen Graham) e decide que a única maneira de limpar sua barra é ir até para Nova York e chantagear um juiz. Assim, o jornalista e Venom (voz de Hardy) iniciam uma road trip para atravessar o continente de costa a costa.
Só que, no meio do caminho, o humano e o simbionte que dividem o mesmo corpo começam a ser caçados por uma criatura demoníaca --que precisa da dupla para libertar Knull de sua prisão interdimensional. A explicação retoma acontecimentos dos outros dois filmes, mas pouco influenciam na narrativa em si. Basta saber que monstros estão atrás de Venom --e que, quando ele se transforma completamente, torna-se um alvo mais fácil.
Enquanto tentam escapar da morte certa, Brock e Venom se encontram com uma família hippie que busca provas de vida alienígena (Rhys Ifans e Alanna Ubach vivem os pais), com o exército norte-americano (centrado no militar vivido por Chiwetel Ejiofor) e com cientistas que pesquisam simbiontes (liderados pela doutora interpretada por Juno Temple).
Mas o destaque do terceiro filme de Venom continua sendo Tom Hardy --que também assina a ideia original juntamente com a diretora Kelly Marcel. O britânico já havia encontrado o tom certo de seus dois personagens nos capítulos anteriores e, agora, deita e rola nas interações cômicas entre o humano e seu "monstro interior".
O humor vem tanto das situações bizarras em que os protagonistas se metem quanto de piadas propriamente --as primeiras funcionam infinitamente melhor do que as segundas--, e as cenas de ação que acontecem vez ou outra durante a jornada da dupla rumo a Nova York são suficientes para prender a atenção do público. O fiapo de história que amarra tudo culmina em uma batalha épica, para fã nenhum botar defeito.
Anunciado como o fim da trilogia, A Última Rodada cumpre seu papel de fechar um ciclo para Venom, Eddie Brock e Tom Hardy --que já deixou claro que não se importaria de voltar ao papel mais para a frente. Mas, em um momento em que o público não tem mais tanta paciência para super-heróis, conseguir entender que é a hora de parar pode ser sua melhor decisão.
Venom: A Última Rodada entra em cartaz nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira. Confira o trailer do longa:
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