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AYLA GABRIELA

Geni e o Zepelim: Diretora escala atriz trans para filme após enxurrada de críticas

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Ayla Gabriela posando, à noite, em foto para o Instagram; ela usa faixa preta no cabelo e maquiagem dourada e preta

Ayla Gabriela no Instagram; atriz trans assume papel que seria de Thainá Duarte em filme

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 30/4/2025 - 10h39

Inspirado na música homônima de Chico Buarque, o filme Geni e o Zepelim sofreu importantes mudanças. Antes protagonizado por Thainá Duarte, o longa-metragem agora terá a atriz trans Ayla Gabriela no papel principal. A alteração aconteceu devido à decisão da artista de Cangaço Novo (2023) de deixar a produção após uma enxurrada de críticas. Geni, na peça que originou a música, não é uma pessoa cisgênero, e os fãs gostariam que uma atriz da comunidade trans a interpretasse.

O filme dirigido por Ana Muylaert foi acusado de "transfake" --termo que se refere à prática de atores cis interpretando pessoas trans. Antes, a cineasta havia justificado a escolha de Thainá como apenas uma visão para "várias leituras possíveis" da música do cantor e compositor.

"A gente entendeu que essa poesia poderia ter várias interpretações, e que a gente poderia fazer essa versão amazônica cis com a atriz Thainá Duarte", disse ela na época em que o elenco foi anunciado.

"Essa letra do Chico, essa poesia, hoje, em 2025, só pode ser interpretada como a Geni, o mito Geni, só pode ser interpretada como um uma mulher trans?", complementou ela. "Se a gente computar que hoje me 2025 só pode interpretar a Geni como trans, a gente vai repensar o nosso filme", disparou.

A retaliação diante do comentário, entretanto, foi pesada. Ana recebeu uma enxurrada de críticas --inclusive de artistas e ativistas trans. "Todo respeito ao trabalho de Thainá Duarte, mas quando trazemos a reflexão em nossos textos desde que saiu essa matéria e nos posicionamos pelo apagamento, é por espaço e oportunidade que nos colocamos", declarou a cantora Liniker.

"Por termos atrizes trans que poderiam sim dar vida a essa personagem tão icônica e já retratada tantas vezes como uma pessoa trans em montagens pelo Brasil", afirmou ela.

A atriz Camila Pitanga elogiou Thainá Duarte, mas também se posicionou a respeito. "São poucos personagens com esse protagonismo entende? É uma escolha que fere", lamentou.

Diante da repercussão, Thainá anunciou que deixaria a produção em respeito à comunidade trans. Ana Muylaert repensou o elenco e tomou a decisão de substituí-la. "Ouvi muitas vozes e pude entender a dimensão da importância dessa personagem para a comunidade trans. Fazer essa história com uma mulher cis foi um erro, um equívoco", admitiu.

"Quero pedir desculpas a todas as pessoas que se sentiram apagadas por causa dessa ideia. Eu tive uma visão errada. Vamos mudar o rumo das coisas, vamos trocar a personagem e adaptar o roteiro", afirmou a diretora.

Agora, é Ayla Gabriela quem assume o papel de Geni. A atriz é conhecida pelos curtas O Corpo Fala (2020), Pássaro Memória (2023) e Defesa Pura (2025), além de integrar o elenco de Santo (2023) e de Girassóis (2024). Esse será o primeiro longa-metragem de sua carreira.


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