Viúvo de Ney Latorraca revela as últimas palavras do ator: 'Estava partindo'

Viúvo de Ney Latorraca (1944-2024), Edi Botelho se emocionou ao detalhar os últimos momentos que teve ao lado do marido. O ator morreu na manhã de quinta (26) no Rio de Janeiro. Ele estava internado desde o dia 20 de dezembro na Clínica São Vicente, na Gávea, por conta de um câncer de próstata e morreu em decorrência de uma sepse pulmonar.

Em entrevista ao Fantástico deste domingo (29), Botelho contou que decidiu passar a maior parte do tempo com o marido no hospital. "Ele conversava muito. Eu ficava muito junto com ele para também suavizar esse momento. Algumas vezes ele disse para mim que estava partindo, mas que queria encarar isso", chorou ele.

"A gente se divertiu muito, tivemos 30 anos de um casamento. Me desculpa, é difícil. Eu fiquei fascinado por ele, e acho que ele também por mim, e aí começou: 'Podemos jantar? Ir a algum lugar?'. Não teve como ser diferente", relembrou o artista.

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Edi Botelho revelou que Ney Latorraca, apesar da persona sempre mergulhada em humor, era muito sério quando o assunto era trabalho. "Ele trazia isso para os personagens, mas a personalidade dele estava sempre na frente. Acho que foi por isso que fez tanto sucesso", opinou.

Segundo o viúvo, Latorraca chegou a questionar a personalidade de Vlad, seu personagem em Vamp (1991). O perfil do vampiro foi inicialmente desenhado como alguém sério, o que não agradou o ator.

Ele pensou assim: 'Vou fazer um vampiro sério em uma novela das sete? Por quê?'. Ele contou umas histórias de que diziam que estava exagerada [a atuação]. Mas aí ele se encontrava com os atores e fazia tudo sério. Depois disso, disseram que ele podia voltar [para a comédia].

Outro momento marcante foi quando Ney Latorraca e Tarcísio Meira (1935-2021) se beijaram no filme O Beijo no Asfalto (1980). "Foi um acontecimento, imagina? O Tarsício aquele galã da TV. Ele conta que quando ele estava lá falava assim: 'Me chama de Gloria Menezes'. Ele era muito amigo do casal, ia a jantares na casa deles", concluiu Edi Botelho.