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PUXOU FUMO

Viciado em O Clone, Osmar Prado revela péssima experiência com drogas

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Osmar Prado usa uma camiseta preta e uma camisa esverdeada por cima; ele está com óculos redondos e tem o semblante sério

Osmar Prado no Conversa com Bial de quinta (12); ator narrou sua experiência com maconha

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 13/9/2024 - 9h05

Osmar Prado precisou mergulhar fundo na dor de dependentes químicos para viver o executivo Lobato em O Clone (2001), um dos papéis mais marcantes em sua longínqua carreira na TV. O processo de pesquisa foi ainda mais intenso justamente por ele ter tido pouquíssimas experiências com drogas. Ele contou que nunca usou cocaína, mas bebeu álcool socialmente por certo tempo e fumou maconha com os amigos uma vez --experiência que ele relata como "péssima".

"Experimentei maconha e foi uma droga. Estava de carro com Zanone Ferrite [1946-1978] e a mulher dele na época. E olhe que coisa absurda! Eu puxei o fumo com ele, e sabe o que aconteceu? Eu fui, o tempo inteiro, cantando Ave Maria de [Charles] Gounod [1818-1893] no carro lá atrás. Eu me lembro disso", brincou ele, no Conversa com Bial de quinta (12).

"Deu um barato místico?", questionou Pedro Bial, o apresentador da atração. "Nunca mais me interessou. E eu cheguei a fumar [cigarro], parei de fumar. Hoje, eu não fumo. Meu vício é correr", arrematou o intérprete.

Prado falou sobre vários de seus trabalhos na Globo durante os cerca de 30 minutos de programa. Dentre eles, citou o jogador de futebol Mingo, de Bandeira 2 (1971). O ator não conteve as lágrimas ao lembrar de um episódio com Manoel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha (1933-1983), que o ajudou na preparação para o personagem.

Na época, Mané já estava com 38 anos. Ele estava em declínio na carreira e foi contratado pelo clube carioca Olaria. "Tenho um arrependimento muito grande de não ter entrado de sola em um jogador das equipes de baixo que humilhou o Mané. Nós estávamos conversando, e o Mané estava lá, e o cara humilhou o Mané na minha frente. O vi sendo humilhado e não fiz nada!", disse, exasperado e fungando.

"Eu não tive coragem de dizer: você não sabe quem é esse homem. Você nunca vai chegar na sola do sapato dele, pô. O cara ganhou duas Copas! O cara humilhou o Mané, o Mané não reagia", declarou, dando uma breve pausa para respirar fundo, tirar o óculos e secar as lágrimas. "Eu deveria ter falado: 'cala sua boca!' E eu não falei, eu não falei, e vejo agora o Mané aí."

Pouco depois, o ator voltou ao seu bom humor habitual para falar do remake de Pantanal (2022), no qual ele interpretou o Velho do Rio. Ele revelou ter comemorado quando soube que Antonio Fagundes, inicialmente cotado para o personagem, declinou o convite da Globo.

"Eu nunca poderia imaginar ser o Velho do Rio. O Fagundes... Eu conheço bem o Fagundes, ele é um intelectual. Ele não iria lá no meio dos jacarés remar. Eu acho que, para o Fagundes fazer, teria que fazer o Pantanal lá no Projac [antigo nome dos Estúdios Globo]. Desculpa, Fagundes! É uma homenagem que eu lhe faço", brincou.

Apesar dos mais de 60 anos de carreira, o artista confessou ter tido medo do papel --tanto pela grandiosidade dele, quanto por se tratar de um remake. Ele sequer quis ver o que Claudio Marzo (1940-2015) fez na primeira versão da novela, exibida em 1990.

Por esse motivo, recusou o convite para a nova versão de Renascer (2024). Temia atrapalhar o ator Irandhir Santos, que herdou Tião Galinha, personagem do próprio Osmar na primeira versão.

"Declinei por uma razão muito óbvia. Primeiro, eu já havia feito um dos personagens mais emblemáticos da novela, o Tião Galinha. Quem ia fazer agora era meu colega e amigo Irandhir Santos. Eu ia fazer o que em Renascer? E depois, outra, remeteria a lembrança do intérprete do personagem que ele estaria representando. Era contraproducente, eu nem discuti isso", declarou ele.


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