Tradição e berço de ouro: Por que Walter Salles é o cineasta mais rico do mundo?

Walter Salles, diretor responsável pelo filme Central do Brasil (1998), caiu na boca do povo após figurar no topo da lista de cineastas mais ricos do mundo, superando nomes consagrados de Hollywood, como Steven Spielberg, George Lucas e Peter Jackson. O brasileiro ostenta uma fortuna de US$ 4,5 bilhões (R$ 22 bilhões na cotação atual), mas nunca lançou um blockbuster.

A posição ocupada pelo cineasta no ranking dos endinheirados, porém, gerou curiosidade e críticas nas redes sociais. Se for colocado em perspectiva, Central do Brasil, o filme mais famoso de Salles, fez US$ 22 milhões (R$ 107,3 milhões, na cotação atual) de bilheteria pelo mundo.

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Já Spielberg, que figura abaixo do brasileiro, foi o primeiro diretor da história a atingir a marca de US$ 10 bilhões (R$ 48 bilhões, na cotação atual) em bilheteria com seus maiores sucessos.

Nem mesmo James Cameron, que conquistou as duas maiores bilheterias do cinema mundial com Avatar (2009) e a sequência que estreou em 2022, figura no top 5 de cineastas mais ricos, ou mesmo chegou na casa do bilhão com seu faturamento pessoal. 

O que explica a fortuna de Salles? 

Walter vem de um legado muito antigo, com uma fortuna que não remete totalmente à sua profissão. O cineasta mais rico do mundo é herdeiro de Walther Moreira Salles (1912-2001), um dos primeiros líderes da Ação Integralista Brasileira em São Paulo, tendo permanecido no movimento até o Estado Novo.

Sua linhagem descende do coronel Francisco Xavier de Salles Toledo (1736-1814), que exercia poder no Rio Grande do Sul na época do período Colonial no Brasil. O patrimônio da família, porém, teve início com o pai de Walther Moreira Salles, João Moreira Salles. Ele fundou, em 1924, a Casa Bancária Moreira Salles.

Antes de se formar, o pai do cineasta já era sócio do patrimônio da família. Depois, o banqueiro ainda virou embaixador, posto que exerceu em Washington durante o segundo governo de Getúlio Vargas (1882-1954).

Além de Vargas, o pai do cineasta serviu a outros três presidentes da República. Quando ele assumiu o conglomerado Unibanco, a casa de finanças acabou se tornando uma das maiores privadas do Brasil.

Na lista da Forbes, Walter Salles Júnior não aparece no setor de cinema e mídia, mas, sim, na área de finanças e investimentos. Isso porque ele é nada menos do que um dos herdeiros do banco Itaú (que se fundiu ao Unibanco em 2008) e da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), líder global na extração de nióbio. De acordo com levantamento da revista em 2018, a família Moreira Salles tem cerca de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 96 bilhões) de patrimônio conjunto.

Agora, a revista americana informa que cineasta tem o 617º maior patrimônio líquido do planeta. Assim como o diretor, seus três irmãos têm fortunas bilionárias. Além de herdarem o empreendimento do pai, os quatro possuem participações na CBMM, que fica em Minas Gerais.

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