Maria Gal usa mãe com Alzheimer para incentivar conversas sobre demência

Atriz de novelas como As Aventuras de Poliana (2018) e Amor Perfeito (2023), Maria Gal assumiu um novo papel bem diferente dos que vive na TV em suas redes sociais. No Instagram e no TikTok, a artista aparece em vídeos divertidos ao lado da mãe, dona Clarice, que tem Alzheimer. Para ela, as publicações são uma maneira de incentivar conversas sobre a demência --que costuma ser um tabu pouco discutido na sociedade.

"Quando eu recebi a notícia [do diagnóstico da mãe], fiquei sem saber como lidar com toda essa situação. Fui estudar, ver o que poderia fazer", admite a atriz em conversa com o Notícias da TV.

As cuidadoras de dona Clarice --chamada carinhosamente de Clarinha-- foram que incentivaram Maria a compartilhar os momentos da senhora nas redes. "Elas sugeriram que eu postasse, porque mainha faz umas coisas muito engraçadas. Se a gente colocasse uma câmera no meio da sala e deixasse ela ali rodando, ia render momentos ótimos (risos)."

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"Eu penso também na conscientização. A gente vive em uma sociedade que está envelhecendo cada vez mais, e não se fala sobre isso. É uma época muito cruel! Então, decidi começar a falar. Busco conteúdos leves, que informem, mas sejam descontraídos", ressalta. "É uma pauta muito necessária!"

Maria Gal se surpreendeu ao ver que alguns dos vídeos com a mãe conseguiam mais engajamento do que posts em que falava sobre sua carreira e seus projetos. "O retorno é ótimo! As pessoas até me cobram para postar mais, os vídeos de mainha bombam (risos)."

"Eu vejo os vídeos como uma forma de prolongar o meu convívio com ela. E é um momento especial, porque estou descobrindo uma nova mãe. Não é a mesma Clarice que me criou, agora há uma inversão de papéis, sou eu que cuido dela, meio que virou minha filha. Mas a gente lida com amor!", ensina.

Demência vira tema do Fantástico

E não foi apenas Maria Gal que percebeu a importância de falar sobre o Alzheimer com o público. O Fantástico estreia neste domingo (15) a série Além do Esquecimento, em que Drauzio Varella vai falar sobre a demência. Só no Brasil, 6% da população acima dos 60 anos apresenta esta condição. 

Varella pretende mostrar a importância de manter o cérebro ativo, apesar do diagnóstico. "Mesmo para as demências irreversíveis, é fundamental para retardar os efeitos, que vão de esquecimentos cada vez mais graves à desorientação espacial, mudanças de humor, depressão, perda da capacidade de falar, de engolir e alucinações. Se, em média, a pessoa vive de sete a dez anos com demência, quanto mais tempo ela tiver autonomia e interagir com quem estiver ao redor, melhor", afirmou o médico em nota à imprensa.