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60 DIAS DE NEBLINA

Juliana Didone encara dores e amores da maternidade no teatro: 'Sessão de terapia'

Divulgação/Pino Gomes

Juliana Didone grita desesperada; ela tem adesivos relacionados à maternidade colados no rosto

Juliana Didone é estrela e produtora do espetáculo 60 Dias de Neblina: gatilho e abraço para mães

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 2/9/2023 - 6h25

Em abril de 2018, a vida de Juliana Didone se transformou por completo com o nascimento de sua filha, Liz. A maternidade trouxe novos amores, mas também muitas dores, pressões e cobranças que passam longe da visão idealizada da mulher-mãe. Agora, ela pega todas essas experiências e as exorciza no palco, com o espetáculo 60 Dias de Neblina. "As mães vão se identificar, vão poder respirar com alguém. A peça tem um pouco de serviço social, é uma sessão de terapia para as mães falarem: 'Estamos juntas'." 

A peça escrita por Renata Mizrahi e dirigida por Beth Goulart é inspirada no livro homônimo de Rafaela Carvalho, que aborda com humor e leveza as alegrias e descobertas de uma mãe de primeira viagem. A obra literária, aliás, virou uma espécie de guia para Juliana quando Liz veio ao mundo.

"Esse livro eu só conheci porque tive minha filha. Talvez eu tivesse encontrado de outra maneira, mas acho pouco provável, e mais difícil ainda me identificar. Como descobri 60 Dias de Neblina depois que tive a Liz, senti um gatilho de contar essa história, uma necessidade como artista, mulher e mãe de levar para o palco e para muitas mulheres essa rede de apoio, esse abraço que senti quando li pela primeira vez", desabafa a artista de 38 anos ao Notícias da TV.

Apesar de tratar da maternidade, o espetáculo não é voltado só para mães --embora elas sejam o principal público. "É também para os maridos, os ex-maridos, os pais, os avós, as amigas que não têm filhos, mas têm uma sensibilidade, as madrinhas, as comadres... Estamos jogando luz nessa humanização da maternidade. Sim, ser mãe é maravilhoso, nós amamos nossos filhos, mas vamos ter momentos de sombra também", ressalta.

A peça serve ainda para os homens verem que podem ser mais participativos, se responsabilizarem mais. Não é uma ajuda, é uma responsabilidade! Se a divisão ficar equilibrada, 50%-50%, a carga mental da mulher nos primeiros meses vai diminuir. Porque ficamos sobrecarregadas mesmo, tendo que dar conta de tudo, e a participação masculina ainda é rasa. É uma divisão muito injusta, o homem precisa ser um aliado, ser um apoio para a mulher e não só para o bebê.

Além de estrelar 60 Dias de Neblina, a atriz também produz a peça, por meio da Juliana Didone Produções. "Agreguei mais uma responsabilidade agora (risos). Como produtora, você participa de tudo, das coisas boas e das ruins. Eu gosto de participar da parte criativa, da concepção, juntar equipe, ter um olhar mais autoral, ter a autonomia de escolher quem eu quero para cuidar de figurino, cenário. Já a parte da produção executiva não é tão legal", admite.

Os prós, porém, pesam mais do que os contras para a estrela. "Poder produzir dialoga com a artista que eu quero ser no futuro, não ficar só esperando os convites, definir os projetos de que eu quero participar, as mensagens que eu quero comunicar. O que eu vou reverberar para o mundo enquanto artista? Se eu não me produzisse, talvez não pudesse compartilhar essa mensagem. Como eu acredito na obra, arregacei as mangas e fui para a luta. Senão, ficaria muito passiva, e passividade é uma coisa que não combina comigo."

60 Dias de Neblina estreia neste sábado (2) e fica em cartaz até o próximo dia 25 no Teatro Gláucio Gill (praça Cardeal Arcoverde, s/nº, Copacabana, Rio de Janeiro). A peça terá sessões aos sábados, às 20h; domingos, às 19h; e segundas, às 20h. Os ingressos custam R$ 25 (meia) e R$ 50 (inteira). 

Depois da curta temporada no Rio de Janeiro, Juliana pretende sair em turnê por todo o Brasil --afinal, as crises da maternidade não se restringem às mães cariocas. "Muitas vezes, o que afeta a gente afeta outras pessoas também. Penso muito em atingir o maior número de pessoas, para não ficar só em mim mesma, nas selfies, nos looks do dia. Tenho que ir além das redes sociais rasas para falar da humanização da mulher como mãe", alfineta a atriz.


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