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Reprodução/YouTube
O youtuber Daniel Mastral foi encontrado morto no domingo (4); ele se definia como ex-satanista
[Alerta de gatilho: o texto a seguir pode conter informações sensíveis sobre tristeza, depressão e suicídio]
O teólogo Marcelo Agostinho Ferreira, mais conhecido como Daniel Mastral, foi encontrado morto na noite de domingo (4). Ele mantinha um canal no YouTube, com mais de 790 mil inscritos, no qual relatava suas experiências em uma sociedade secreta da qual participou durante oito anos. O escritor se definia como ex-satanista e abandonou a seita após se recusar a participar de um sacrifício humano.
"Eu já tinha ouvido falar disso, mas eu nunca tinha visto. Eu nunca tinha presenciado, assim, ao vivo. Eu sou incapaz de matar um bicho, um animal, um passarinho. E eu ia ter que matar uma criança", contou ele, em fevereiro deste ano, numa entrevista a Bruno Di Simone, do canal Na Real.
Mastral tinha 57 anos e foi encontrado no quintal de sua casa, em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, ele tinha um ferimento na cabeça. Os policiais foram chamados ao local após vizinhos ouvirem um "estampido". O caso foi registrado como suicídio.
O escritor ficou famoso pela trilogia Filho do Fogo, no qual narrou suas experiências como participante da seita satânica. Ao todo, ele assinou 14 livros. Nos últimos anos, passou a dar palestras sobre "espiritualidade, temas ocultos, teologia e história, dentre outros temas aplicados à fé e motivação".
Mastral também contou ao Na Real que começou a duvidar do satanismo ao frequentar um culto evangélico. "Na época, eu namorava uma moça que era evangélica e fui visitar a igreja dela. Lá, havia um grupo fazendo uma adoração genuína, verdadeira. Não era show, não era espetáculo. A adoração genuína me derrubou no chão, sabe? Perdi o controle, desmaiei. Perdi a consciência."
Interessado pelo que tinha visto, ele conversou com um pastor e, durante uma oração, passou por uma espécie de exorcismo. "Ele me chamou e falou: 'Posso orar por você, rapidinho, uma oração? Coisa rápida'. Ele me levou no gabinete, fechou a porta e eu só lembro de uma mão vindo na minha direção. Ele orou por mim, eu caí e me debati. Foi tipo um exorcismo."
"Não é legal você ver o demônio canalizando pessoas. Eu só vi cinco vezes, eu tinha muita penalização, por aí. Não é legal de ver. Depois [do exorcismo] eu senti uma paz, uma alegria que eu nunca tinha sentido na minha vida. Eu não sabia o que era paz, não sabia o que era tranquilidade, eu desconhecia", disse.
Em 2018, Daniel perdeu o filho Mikael Mastral, que tinha 15 anos. Três anos depois, ele perdeu também a esposa, Isabela Mastral, vítima de uma parada cardíaca em um infarto agudo do miocárdio.
Se você está atravessando um momento difícil e precisa de ajuda, ligue para o CVV (Centro de Valorização a Vida), no número 188, e receba apoio emocional e prevenção do suicídio. A ligação é sigilosa e gratuita para todo o território nacional.
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