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NAYARA VÊNANCIO

Após Wicked, atriz visita suas raízes em O Rei Leão: 'É como encontrar minha família'

Reprodução/Instagram

Montagem com fotos de Nayara Venâncio caracterizada como Nala e com roupas normais, com um microfone

Nayara Venâncio caracterizada como Nala e nos bastidores: O Rei Leão traz poder do povo preto

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 8/10/2023 - 12h00

Em março deste ano, Nayara Venâncio virou um fenômeno entre os fãs do teatro musical ao interpretar Nessarose na montagem de Wicked. Seis meses depois, ela já tinha trocado o mundo de Oz pelas savanas da África na pele de Nala, par romântico de Simba em O Rei Leão. Para ela, mergulhar no universo da animação da Disney é como revisitar suas origens.

O Rei Leão, afinal, é um dos espetáculos da Broadway que mais traz diversidade em seu elenco --boa parte dos atores é preta. No Brasil, artistas africanos se juntaram aos brasileiros para, entre outras coisas, assegurar que os versos no idioma zulu sejam cantados de maneira correta.

"Isso é muito poderoso e muito louco. Porque é como encontrar uma parte da minha família. Eu estou com essas pessoas há dois meses, mas parece que já as conhecia a minha vida inteira. São pessoas de todas as partes do mundo que compõem esse elenco, mas as vivências são tão parecidas. É como se a gente fizesse parte de uma grande família", diz a atriz ao Notícias da TV.

Eu levo como uma responsabilidade e uma missão saber que, todos os dias em que subo no palco, vou inspirar alguém. Posso inspirar uma menina preta a ver que ela é muito mais do que a sociedade pensa dela. Nós somos mais do que esse pensamento marginalizado que as pessoas têm sobre o povo preto. Nós somos reis, rainhas, guerreiros. Eu me sinto privilegiada de estar aqui, com essas pessoas que vieram do Brasil inteiro, e do mundo inteiro, para contar essa história.

A própria Nayara entrou para o elenco no lugar da sul-africana Nokwanda Khuzwayo --que precisou assumir o papel de Nala às pressas depois que Jeniffer Nascimento, originalmente escalada, revelou que estava grávida pela primeira vez. A estrangeira viveu a leoa até que Nayara cumprisse todos os seus compromissos com Wicked e pudesse migrar para O Rei Leão.

A atriz conta que teve apenas uma semana para tirar Nessarose de seu sistema e mergulhar de vez em Nala. "Eu até achei que precisaria conciliar a temporada de Wicked com os ensaios, mas deu tudo certo. Os [produtores] gringos foram muito específicos em dizer que queriam que eu terminasse lá antes de vir para cá. Não pediram que eu quebrasse contrato, saísse antes da hora, nada disso. O que foi ótimo, porque eu gosto de fechar ciclos, de viver intensamente, então pude aproveitar esse final de Wicked", valoriza.

Por outro lado, viver Nessarose até a última sessão também significou que Nayara ficou de fora de todos os laboratórios e da preparação do resto do elenco de O Rei Leão. "A sensação é de que eu perdi o bonde e agora preciso correr atrás dele (risos). Parece que eu caí de paraquedas, sabe? O mercado de teatro musical é bem fast [rápido], tudo tem que ser para ontem. É bem difícil chegar depois do processo, das leituras. Porque é um nascimento, tem a gestação e depois você entrega para o mundo. E eu não tive nada disso!"

"Mas, graças a Deus, eu fui bem amparada, as pessoas me acolheram muito. O resto do elenco, a equipe. Nos ensaios, quando eu estava lutando para pegar tudo, sempre chegava alguém e me falava: 'Olha, aqui o diretor contou essa história para a gente, nesse momento a personagem está passando por isso'. As pessoas realmente me inseriram, porque eu estava totalmente por fora."

Buscando a leoa interior

Nayara cai na risada quando é questionada pela reportagem como faz para encontrar sua "animalidade interior" --afinal, ela está interpretando uma leoa. "A Nala é a princesa da Disney mais peculiar que existe, né? (risos) Ela caça, luta, é engraçado isso. Eu ainda estou buscando essa fera, mas acho que é algo que todo mundo tem. Só precisa virar a chavinha e colocar para fora!"

A atriz também admite que já era fanática pelo desenho de 1994 muito antes de ser escalada para o musical. "Hakuna Matata, quem nunca? É um filme que esteve na infância de todos. Quando eu vim assistir a uma prévia, na minha preparação, a plateia só tinha adultos. Mas eu vi o teatro inteiro se transformar em criança, cantando, batendo palminha e balançando a cabeça junto para lá e para cá (risos). O filme marcou uma geração, e agora a gente pode levar essa mensagem para crianças que talvez não viram o desenho."

O Rei Leão está em cartaz no Teatro Renault (Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 - Bela Vista, São Paulo), com sessões às 20h de quartas, quintas e sextas, e às 15h e às 20h de sábados e domingos. Os ingressos custam a partir de R$ 100.


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