FABI CLAUDINO
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Fred Nicácio no BBB 23; ele afirmou que vai acionar judicialmente Key Alves após reality
Fabi Claudino, que jogou com Key Alves no Osasco, saiu em defesa de Fred Nicácio sobre o episódio de racismo religioso no BBB 23. A jogadora de vôlei --ouro nas olimpíadas de Pequim em 2008 e Londres em 2012-- disse que o participante foi "didático e firme" ao denunciar o preconceito no reality show da Globo.
"Quantas vezes vimos e ouvimos que o BBB nada mais é do que reflexo da vida. Reflexo de uma sociedade doente, racista e que muitas vezes finge se importar com seus erros, mas, na verdade, não está nem aí", escreveu a atleta, em seu perfil oficial no Instagram.
"Fred foi didático, firme e apontou onde sua dor vem doendo. A dor dele, da Tina, Aline, Sarah, Domitila, Alface, Camila, João e mais e mais pretos do BBB, é a dor de todos nós, do povo preto", acrescentou.
Ser racista e, ainda por cima, fingir que não entendeu, respondendo com caras e bocas e ironia, é constatar que empatia e respeito não existem. E mais uma vez, a sociedade vai ser conivente em nome do entretenimento, que na verdade é racismo religioso ou racismo recreativo.
"Entretenimento tem sido servir a cabeça do preto como prato principal em um eterno jantar de chacota e humilhação. Seguimos assim, todo mundo em cima do muro, ninguém fala nada e somos obrigados a nos calar diante da verdade que deve ser escondida", lamentou.
"Nos ferem, nos marcam, nos humilham, nos matam. Dói. Não dá mais. E poupe o discurso de que é mimimi. Estou nem aí para vocês que pensam aí", completou a medalhista olímpica.
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Após manter certa distância dos demais brothers ao chegar à Casa do Reencontro, Fred Nicácio resolveu se pronunciar sobre o episódio de racismo religioso que sofreu no BBB 23. O médico pediu a atenção de todos e declarou seus sentimentos com relação ao que assistiu depois de ser eliminado do reality show.
Nicácio começou dizendo que há coisas ruins, mas que são inerentes ao jogo do Big Brother Brasil. "Traição, mentira, enganação, faz parte do jogo. Isso são decepções que ficam no jogo", apontou.
Ele, porém, afirma que racismo não é parte dessa lista. "Racismo mata, não é como a decepção que não mata e ensina a viver. O racismo mata pessoas todos os dias. Me mata desde que eu nasci. Eu tenho um alvo nas minhas costas desde que eu nasci apenas por ser preto", explicou Fred.
O médico deu um recado diretamente direcionado a Key Alves, Gustavo Benedeti e Cristian Vanelli. Os três insinuaram que Fred Nicácio estaria usando sua religião, de matriz africana, para prejudicar pessoas no jogo.
"O tempo inteiro, todo dia, a gente tem que lidar com isso desde que a gente acorda até a hora que a gente dorme e vocês nunca vão saber o que é ser seguido dentro de um supermercado", expôs.
Vocês nunca vão saber o que é tomar uma dura de um policial sem ter feito nada. Vocês nunca vão saber o que é ter um olhar atravessado para você por causa da sua cor. Vocês nunca vão saber o que é ser diminuído porque as pessoas não acreditam que você é médico, porque você tem que ser o faxineiro.
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