'NÃO ME CONVIDEM!'
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
Marcelo Tas durante entrevista ao Programa Flávio Ricco; ele não quer voltar ao CQC
Marcelo Tas fez história na TV brasileira como apresentador do CQC (2008-2015), na Band, mas não pensa em retornar ao programa que misturava humor com jornalismo. Para o veterano, o formato até tem espaço para ganhar uma nova edição, mas não com rostos antigos na bancada. Ele, aliás, sugeriu Andrea Beltrão para comandar um possível revival.
"Se chamarem a Andrea Beltrão para sentar na cadeira, vai uma loucura! É uma mulher inteligente, com opinião, vai botar esses meninos todos para rodar", declarou Tas em entrevista ao Programa Flávio Ricco, da Leo Dias TV, nesta terça-feira (11).
O atual apresentador do Provoca, na TV Cultura, explicou por que não gostaria de voltar para o CQC --nem de ver Rafinha Bastos ou Marco Luque no formato. "Se é pra reinventar a TV aberta, não dá pra chamar os antigos pra fazer. Não me convidem, essa é uma fase que já passou para mãe. Mas eu poderia colaborar fora de câmera", apontou.
Tas ressaltou que não sente saudade do CQC nem de outros programas que fez ao longo de sua carreira, como os infantis Rá-Tim-Bum (1990-1994) ou Castelo Rá-Tim-Bum (1994-1997). "Eu não uso muito a palavra saudade. Eu não tenho nada contra sentir saudades. Mas eu não sou muito de viver o passado", destacou.
"Eu acho incrível, tenho maturidade o suficiente para olhar [para trás] e saber que o CQC foi muito legal, o Rá-Tim-Bum, o Castelo, o Provoca... Os momentos que eu vivo eu sei valorizar, mas eu não sou apegado."
Questionado por Flávio Ricco, Marcelo Tas apontou que a TV aberta atravessa uma crise sem precedentes --e não apenas de audiência. "Para mim, a conversa é sempre sobre ousadia. A TV aberta, que estava pronta, achou que o jogo estava ganho, e não estava", alfinetou.
"Em time que está ganhando, você tem que ficar mais atento, e ela ficou comandando a mídia brasileira durante décadas, e com muito dinheiro. E quando você tem muito dinheiro, você começa a ficar confiante demais, às vezes até arrogante, você não acredita que precisa de novos talentos", continuou Tas, destacando o YouTube como um meio que soube ousar.
"O que está acontecendo hoje: você pega o esporte, a Globo dominava todos os direitos, e aí aparece um garoto chamado Casimiro [Miguel], e hoje tem a CazéTV, ousadia, investimento, gente inteligente de tecnologia e criatividade. Não é pela simpatia, que aliás, é muito grande; são os talentos, os jornalistas, os redatores, os comentaristas, ele vai agregando. A cobertura das Olimpíadas em Paris é o antes e depois da mídia esportiva. A CazéTV fez uma cobertura que foi onde eu assisti as Olimpíadas, não tinha comparação", elogiou.
"A televisão aberta está numa crise absoluta. E era esperada essa crise, a TV aberta --que eu amo, é bom dizer--, é só ela que chega para grande parte dos brasileiros. Ela é uma concessão pública, e é por isso que eu estou na TV Cultura, no Provoca, eu gosto muito dessa função pública da TV aberta, mas ela está vivendo uma crise gigante e histórica", sentenciou.
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