Embate entre CBF e times deixa fãs de futebol sem jogos da Série D

A Série D do Campeonato Brasileiro é palco de uma crise entre os times participantes e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Enquanto a entidade negocia um acordo de exibição para as partidas, os clubes são proibidos de fechar acordos de transmissão. Sem contrato vigente, a única maneira de o torcedor acompanhar os jogos é indo ao estádio, o que limita o alcance da competição.

"Isso agrava ainda mais a situação financeira dos clubes", afirma Mariana Araújo, advogada especializada em direito esportivo, em entrevista ao Economia Real, site de economia do mesmo grupo do Notícias da TV.

Com times como Portuguesa (SP), Santa Cruz (PE) e América (RN), a Série D reúne 64 clubes, muitos com estrutura precária. O artigo 32 do regulamento assegura à CBF todos os direitos comerciais da competição. Só que alguns clubes já tinham fechado ou encaminhado acordos com o canal GOAT, amparados pela Lei do Mandante.

No entanto, a CBF alega que, ao assinar o termo de participação, os times abriram mão dessa autonomia. "Eles precisam aceitar os termos da entidade para participar do torneio, mesmo que isso limite sua capacidade comercial", reforça a advogada.

O Economia Real apurou bastidores da tensão. O Boavista (RJ) transmitiu uma partida e, depois, teria tido sua ajuda de custo suspensa, prática que a CBF não confirma nem nega à reportagem. O Maricá (RJ) desistiu da transmissão de última hora, com medo de retaliações.

Enquanto isso, a entidade afirma estar em negociação com uma empresa que poderá assumir as exibições, decisão que deve sair até a terceira rodada da Série D, realizada neste fim de semana. A ausência de transmissão prejudica financeiramente os clubes e afasta os torcedores. "Um acordo transparente e inclusivo pode beneficiar todos os envolvidos", afirma Mariana.

A reportagem completa sobre os bastidores, os impactos comerciais e o impasse jurídico da Série D está disponível no Economia Real.