FALTA OUSADIA
DIVULGAÇÃO/PEACOCK
A temporada mais recente de The Traitors reuniu astros de Survivor, Big Brother e Vanderpump Rules
O reality The Traitors virou febre nos Estados Unidos e segue em rápida expansão mundial. A Argentina já confirmou a produção de uma versão local, com estreia prevista para 2026 pela Telefe. A Índia também adquiriu os direitos do formato. Enquanto isso, o Brasil ainda não se movimentou para adaptar a competição de estratégia e traição, apesar de seu histórico favorável com realities internacionais e de uma audiência fiel ao gênero.
Criado originalmente na Holanda, o programa ganhou força após a versão norte-americana, que trouxe um diferencial ao formato: o elenco é formado por ex-participantes de diferentes realities e subcelebridades que se encontram em um jogo de convivência, alianças e sabotagens.
Nomes conhecidos de programas como Survivor, Big Brother, The Bachelor e até The Real Housewives já passaram pelas temporadas de The Traitors, criando momentos inéditos e virais.
Esse tipo de crossover ainda é raro na televisão brasileira, com exceção de alguns realities da Record que não se furtam de reciclar elencos da própria emissora ou mesmo de pegar resquícios da Globo, da MTV e da Netflix.
Como resultado, o país perde a chance de criar interações explosivas entre figuras que marcaram temporadas diferentes e plataformas distintas, algo essencial para o sucesso de The Traitors.
Mesmo assim, o Brasil tem nomes de sobra que dariam conta do recado. Uma edição local poderia reunir figuras como David Brazil, Jojo Todynho, Rico Melquiades, Gil do Vigor e até Grazi Massafera! Todos com perfis fortes e presença nas redes sociais. A mistura de estratégia, carisma e polêmicas seria ideal para o clima de desconfiança e manipulação que o formato exige.
Além disso, personagens mais improváveis também enriqueceriam a dinâmica. Imagine ver Juliette Freire em confronto com Gretchen? Ou Luana Piovani armando alianças com Sabrina Sato? A diversidade de personalidades e histórias de vida traria à tona conflitos e alianças improváveis, elementos que fazem do The Traitors um dos programas mais comentados do momento.
A Globo, que tem orçamento e estrutura para bancar uma superprodução, seria a candidata natural a liderar essa adaptação. Mas, para isso, teria de romper a bolha dos próprios programas e abrir espaço para ex-participantes de realities da Record, Band e até da internet.
A emissora já provou que consegue reinventar formatos, como fez com o No Limite (2000-2001; 2009; 2021-2023) e com o The Masked Singer Brasil, mas ainda reluta em promover esse tipo de integração.
Se a barreira corporativa for superada, The Traitors Brasil pode facilmente se tornar um dos grandes eventos televisivos do país. O público está acostumado a torcer, investigar e debater teorias. Só falta a TV brasileira perceber que trair, nesse caso, pode ser o melhor caminho para conquistar o público.
The Traitors é uma versão muito elaborada e com orçamento altíssimo do jogo A Cidade Dorme (também conhecido como Máfia, Noite na Vila ou Lobisomem). Os participantes são divididos entre uma maioria de Fiéis e poucos Traidores --cujas identidades não são conhecidas pelos outros.
Todos se reúnem em um castelo e trabalham em equipe para completar desafios e acumular prêmios em dinheiro --enquanto os Traidores tentam sabotar o desempenho do grupo, de maneira discreta. À noite, os farsantes se reúnem e escolhem alguém para "matar".
Todos os participantes também votam (anonimamente) em um colega de que desconfiam para banir do castelo. Se, no fim do jogo, sobrarem apenas Fiéis, eles dividem o prêmio acumulado na temporada. Mas, se um Traidor resistir sem ter seu segredo exposto, ele fica com a quantia.
A versão norte-americana de The Traitors, apresentada pelo ator Alan Cumming, está disponível na plataforma Universal+.
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