DANILO CAYMMI
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Nana Caymmi (1941-2025) em documentário sobre o pai; cantora demonstrou apoio a Bolsonaro em 2019
Irmão de Nana Caymmi (1941-2025), Danilo Caymmi foi a público repudiar o uso do nome da irmã por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o cantor, está acontecendo um aproveitamento político com relação à intérprete, que teria sido manipulada. A filha de Dorival Caymmi (1914-2008) demonstrou apoio ao político em entrevista concedida à Folha de S.Paulo em 2019.
Caymmi apareceu em vídeo nas redes sociais para falar sobre como o momento pós-enterro da irmã tem sido complicado, e lidar com a correlação do nome dela com política só dificultou mais ainda o processo de luto.
"A gente repudia, e eu falo em nome de todos, mas principalmente da minha irmã, o aproveitamento político que está sendo feito com relação a ela. Para vocês terem ideia, a Nana não tinha celular, não tinha e-mail, rede social nenhuma. Alheia aos acontecimentos há, no mínimo, dez anos. Então, isso é muito grave", disparou ele.
Segundo Danilo, a percepção política de Nana não foi era embasada. "A opinião política dela era completamente superficial. Não tinha essa profundidade", complementou.
"Eu falo para as pessoas que gostam da Nana, dos artistas, das pessoas de bem que ela ofendeu de certa maneira, que foi muito difícil para nós. É muito superficial. Eu acho que ela foi, de certa maneira, manipulada com relação a essas coisas", afirmou o artista.
O músico ressaltou que não quer que a imagem da irmã seja usada para polarizar ainda mais o Brasil. "É muito difícil para mim ver esse aproveitamento --repito, aproveitamento político. Um Brasil polarizado, também a contragosto de todos. Esse aproveitamento político da imagem da minha irmã e da memória da minha irmã", finalizou.
Em 2002, Nana participou da criação do jingle de José Serra (PSDB), e 17 anos depois demonstrou apoio a Jair Messias Bolsonaro. Na época, ela falou que era necessário dar um crédito de confiança a ele, e atacou colegas como Chico Buarque e Gilberto Gil.
"É injusto não dar a esse homem [Bolsonaro] um crédito de confiança. Um homem que estava f*dido, esfaqueado, correndo para fazer um ministério, sem noção da mutreta toda… Só de tirar PMDB e PT já é uma garantia de que a vida vai melhorar. Agora vem dizer que os militares vão tomar conta? Isso é conversa de comunista", disparou ela à época.
Sobre os músicos, ela repudiou o apoio a Lula. "Vão para o Paraná fazer companhia a ele. Eu não me importo", afirmou se referindo à prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Curitiba.
Hospitalizado há 19 dias, Bolsonaro usou sua conta no X para falar sobre a morte de Nana Caymmi. "Recebo com grande pesar a notícia do falecimento de Nana Caymmi, uma das vozes mais marcantes da nossa música. Filha de Dorival, Nana carregava em sua arte a força de uma linhagem que sempre engrandeceu a cultura brasileira", escreveu.
"Neste momento de dor, presto minha solidariedade aos familiares, amigos e a todos os admiradores que reconhecem sua trajetória de talento, coragem e autenticidade. Que Deus conforte o coração de todos", finalizou ele.
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